Programa

• A Rede de Estações de Borboletas Noturnas
  Helder Cardoso

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A Rede de Estações de Borboletas Noturnas

Helder Cardoso¹

¹Associação Rede de Estações de Borboletas Noturnas

Resumo: A Rede de Estações de Borboletas Noturnas 

 

A Rede de Estações de Borboletas Noturnas (REBN) é uma iniciativa de ciência cidadã dedicada à monitorização padronizada da diversidade de Lepidoptera noturnos em Portugal, um grupo altamente diverso e sensível a alterações ambientais, mas tradicionalmente negligenciado em programas de monitorização.

Assente nos princípios da ciência aberta, a REBN aplica um protocolo uniforme de amostragem com armadilhas luminosas, envolvendo voluntários, técnicos e instituições locais na recolha contínua de dados. Estes são posteriormente validados por especialistas e integrados em bases de dados públicas, contribuindo para o conhecimento nacional e europeu da fauna de borboletas noturnas.

A inovação do projeto reside na criação de uma infraestrutura colaborativa e descentralizada de monitorização, que combina rigor científico com participação cívica estruturada, permitindo a recolha de dados comparáveis a longo prazo. Esta abordagem tem-se revelado eficaz na promoção da literacia científica e no fortalecimento de comunidades locais envolvidas na conservação.

Atualmente, a REBN integra mais de 70 estações ativas distribuídas por diferentes regiões do país, tendo já contribuído para o registo de novas espécies para Portugal e para a atualização da distribuição de dezenas de outras.

A experiência da REBN demonstra o potencial da ciência cidadã como ferramenta robusta de investigação e sensibilização, oferecendo um modelo replicável e escalável que pode ser adaptado a outros grupos taxonómicos e regiões, ampliando o impacto da participação pública na monitorização da biodiversidade.

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• Biodiversidade dos Cemitérios de Lisboa: ciências profissional e cidadã juntas
  Luís de Oliveira Gordinho Gisela Monteiro Sara Gonçalves Maria João Telhado Sérgio Palmeiro Pedro Oliveira

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Biodiversidade dos Cemitérios de Lisboa: ciências profissional e cidadã juntas

Luís de Oliveira Gordinho¹ , Gisela Monteiro² , Sara Gonçalves² , Maria João Telhado¹ , Sérgio Palmeiro² Pedro Oliveira³

¹Câmara Municipal de Lisboa; Direção Municipal do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia; Departamento de Ambiente, Energia e Alterações Climáticas

²Câmara Municipal de Lisboa; Direção Municipal do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia; Divisão de Gestão Cemiterial

³Câmara Municipal de Lisboa; Direção Municipal do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia; Departamento de Ambiente, Energia e Alterações Climáticas; Divisão de Ambiente e Energia

Entre 2020 e 2024, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) publicou alguma informação sobre a flora dos cemitérios. Pelo contrário, quase não existem dados públicos sobre a fauna dessas áreas. Para preencher tal lacuna, entre novembro de 2024 e março de 2025, a CML empenhou um ornitólogo no inventário da avifauna dos nove cemitérios da cidade. As aves diurnas foram amostradas através de percursos pedestres cobrindo uniformemente todas as áreas. As aves noturnas foram amostradas nos cinco cemitérios da quadrícula UTM 10x10 km MC88 com a metodologia do Programa NOCTUA (1). Embora recolhidos por um profissional, todos esses dados foram inseridos na plataforma de ciência cidadã eBird (2). Globalmente, foram contadas 2.300 aves de 57 espécies nativas ou naturalizadas. Em termos de riqueza específica, destacam-se os cemitérios de Carnide, Alto de S. João e Lumiar, todos com mais de 35 espécies. Em termos de abundância relativa, são de salientar Lumiar e Alto de S. João, ambos acima dos 280 indivíduos.

Com o objetivo de inventariar a restante biodiversidade dos cemitérios, a CML está a recorrer exclusivamente à ciência cidadã. Para isso, foram criados no portal iNaturalist um collection project para cada cemitério, e um umbrella project (3) para o conjunto das nove áreas. Em setembro, este último coletor tinha 52 observações de 45 espécies, mas a divulgação pública do projeto só está prevista para o final do ano. A maior parte desses registos foi realizada no Cemitério dos Prazeres.

A comunicação convida a discutir se funcionários cemiteriais fazerem ponte entre técnicos municipais e utentes dos cemitérios, tornando-os cientistas-cidadãos, aumentaria a inclusividade, transparência e relevância social do projeto.

Trata-se de um projeto em curso, enquadrado na estratégia municipal de integração da ciência cidadã. No final, pretende-se relacionar os dados de biodiversidade com variáveis ambientais, para sugerir medidas de gestão dos cemitérios que incrementem a fauna e flora locais.

 

Links a inserir no texto:

(1) https://spea.pt/censos/noctua-portugal-monitorizacao-de-aves-noturnas

(2) https://ebird.org

(3) https://www.inaturalist.org/projects/cemiterios-de-lisboa

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Ficheiros

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• Quando e porquê registamos a biodiversidade?
  Patrícia Tiago Inês Rosário Sergio Chozas César Capinha

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Quando e porquê registamos a biodiversidade?

Patrícia Tiago¹ , Inês Rosário¹ , Sergio Chozas¹ César Capinha²

¹Centro de Ecologia Evolução e Alterações Ambientais

²Centre of Geographical Studies

Os dados recolhidos por cientistas cidadãos têm cada vez mais importância para a investigação ecológica e para a conservação e monitorização da biodiversidade. No entanto, as dinâmicas de registo não são uniformes: há dias com muitas observações e outros com muito poucas. Esta variação, influenciada por fatores temporais, pode criar enviesamentos que dificultam o uso destes dados para estudar fenómenos como a variação das populações ao longo do tempo ou a fenologia das espécies (por exemplo, quando florescem ou frutificam).

Neste estudo, quisemos perceber melhor o que influencia o número de registos feitos por cientistas cidadãos ao longo do ano. Analisámos dados de observações de seis espécies de árvores da Península Ibérica que mantêm uma aparência estável durante o ano inteiro. Recolhemos os dados na plataforma iNaturalist/BioDiversity4All e avaliámos de que forma fatores como o dia da semana, o mês, os feriados, a temperatura, a chuva, o vento ou a neve afetam a atividade de registo.

Os resultados mostram que os cientistas cidadãos fazem mais observações aos fins de semana, em dias de primavera e quando o tempo está ameno. Dias muito frios ou muito quentes, com muita chuva ou vento, tendem a ter menos registos. Os feriados e a neve parecem ter pouca influência.

Compreender estes padrões ajuda-nos a valorizar melhor os dados recolhidos por todos e a usá-los de forma mais rigorosa em projetos científicos. Ao reconhecer que os nossos comportamentos de registo seguem padrões, podemos melhorar a forma como interpretamos e utilizamos os dados da ciência cidadã.

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• PolinizAÇÃO: envolver cidadãos na monitorização e conservação dos polinizadores
  João Loureiro Cândida Ramos Carolina Caetano Eva Monteiro Andreia Miraldo Hugo Gaspar Cristina Luís Esther Marín Silvia Castro

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PolinizAÇÃO: envolver cidadãos na monitorização e conservação dos polinizadores

João Loureiro¹ , Cândida Ramos^1,2 , Carolina Caetano¹ , Eva Monteiro^1,2 , Andreia Miraldo^1,3,4 , Hugo Gaspar¹ , Cristina Luís⁵ , Esther Marín⁶ Silvia Castro⁷

¹Centre for Functional Ecology, Laboratório Associado TERRA, Departamento de Ciências da Vida, Universidade de Coimbra

²Tagis - Centro de Conservação das Borboletas de Portugal

³Swedish Museum of Natural History

⁴Biodiversity and Sustainability Solutions

⁵CHANGE - Global Change and Sustainability Institute & CE3C - Centre for Ecology, Evolution and Environmental Changes, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa

⁶CIUHCT - Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa

⁷Universidade de Coimbra

Os polinizadores asseguram um serviço dos ecossistemas fundamental para a natureza, a agricultura e o bem-estar humano. Contudo, enfrentam múltiplas pressões globais, ameaçando a biodiversidade funcional, a produção agrícola e a resiliência dos territórios. O projeto PolinizAÇÃO tem como missão central a elaboração do Plano de Ação para a Conservação e Sustentabilidade dos Polinizadores em Portugal, enquanto desenvolve um Programa de Monitorização e mobiliza diferentes setores através de iniciativas de comunicação, disseminação e ciência cidadã. Apostando numa abordagem colaborativa, o projeto procura envolver toda a comunidade, reconhecendo que a participação alargada é essencial para uma resposta mais justa e eficaz a este desafio ambiental.

O envolvimento da sociedade concretiza-se especialmente por meio de duas iniciativas complementares de ciência cidadã. O projeto “PolinizAÇÃO – Interações planta-polinizador”, na plataforma iNaturalist/BioDiversity4All, convida qualquer pessoa a registar fotografias de interações entre animais (principalmente insetos) e flores, identificando ambos os organismos, e assim contribuir para uma base de dados colaborativa de enorme relevância científica. Estes registos, acessíveis a todos, permitem mapear os principais polinizadores da flora portuguesa ao longo do território e das estações do ano. Em paralelo, o FITCount disponibiliza uma metodologia simples de contagem de polinizadores que interagem com flores durante dez minutos, adaptada a diferentes contextos e públicos, facilitando a monitorização da abundância e diversidade funcional dos polinizadores de plantas-alvo, enquanto contribui para promover a literacia ecológica.

O PolinizAÇÃO integra ainda, como caso de estudo, o projeto europeu more4nature, que valoriza a ciência cidadã como motor de coprodução de conhecimento e ferramenta inovadora para informar políticas públicas e práticas de conservação a nível internacional, potenciando redes e comunidades colaborativas.

Até junho de 2025, estas iniciativas envolveram mais de 1000 participantes e geraram mais de 19 mil registos. Nesta comunicação serão apresentados os principais resultados destas iniciativas, o seu impacto nas comunidades e os desafios e aprendizagens na promoção de uma participação mais alargada e consolidada.

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• BioMARatona: Citizen Science as a Tool for Coastal Biodiversity Monitoring
  Rocio Nieto-Vilela

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BioMARatona: Citizen Science as a Tool for Coastal Biodiversity Monitoring

Rocio Nieto-Vilela¹

¹1.CIBIO, Research Centre in Biodiversity and Genetic Resources - InBIO Associate Laboratory, Campus of Vairão, University of Porto, Vairão, Portugal

Citizen science is becoming a key tool for monitoring marine biodiversity. By involving people in observing and recording species, we can collect valuable data across wide areas and over long periods of time — something that would be hard to do with traditional scientific methods alone. At the same time, these initiatives help raise awareness and connect the public with marine conservation. One of the main challenges, however, is ensuring the quality and consistency of the data collected. That’s why well-structured projects that combine public participation with scientific validation are so important.

 

The BioMARatona is a national-scale citizen science initiative developed under the European project ANERIS, with the goal of promoting marine and coastal biodiversity monitoring across continental Portugal. Inspired by the Bioblitz model but extended over several months (May to October), the BioMARatona encourages participants to document biodiversity using the MINKA platform, where observations are later verified by experts.

 

The BioMARathons concept originated in Barcelona in 2021 and was implemented for the first time in Portugal in 2024. That first edition resulted in over 1,000 biodiversity observations, the registration of more than 170 species, and contributions from over 100 volunteers. In 2025, the initiative returns with an expanded scope, engaging more schools, municipalities, and local communities.

 

This presentation will share the evolution, structure, and preliminary results of the BioMARatonas, highlighting the potential of citizen science to contribute meaningfully to biodiversity research and long-term marine monitoring efforts in Portugal.

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• Ciência-cidadã na promoção da biodiversidade em árvores e madeira morta
  João Gonçalo Soutinho João Carvalho Milene Matos José Manuel Grosso-Silva Tatiana C. Moreira-Pinhal Carla Rego Sónia Ferreira João Gonçalo Abreu Ana Rita Gonçalves Helena Ceia Carlos Fonseca Cristina Rufino Jörg Müller Kerri T. Vierling Lee A. Vierling João Gonçalves

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Ciência-cidadã na promoção da biodiversidade em árvores e madeira morta

João Gonçalo Soutinho^1,2,3,4,5,6 , João Carvalho⁷ , Milene Matos^6,8 , José Manuel Grosso-Silva⁹ , Tatiana C. Moreira-Pinhal^6,10 , Carla Rego¹⁰ , Sónia Ferreira^1,3 , João Gonçalo Abreu⁶ , Ana Rita Gonçalves⁶ , Helena Ceia¹¹ , Carlos Fonseca⁷ , Cristina Rufino¹² , Jörg Müller^4,13 , Kerri T. Vierling⁵ , Lee A. Vierling¹⁴ João Gonçalves^1,3,15

¹CIBIO, Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, InBIO Laboratório Associado, Campus de Vairão, Universidade do Porto, 4485-661 Vairão, Portugal

²Departamento de Biologia, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto, 4099-002 Porto, Portugal

³BIOPOLIS Program in Genomics, Biodiversity and Land Planning, CIBIO, Campus de Vairão, 4485-661 Vairão, Portugal

⁴Field Station Fabrikschleichach, Department of Animal Ecology and Tropical Biology (Zoology III), Biocenter, University of Würzburg, Rauhenebrach, Germany

⁵Department of Fish and Wildlife Sciences, University of Idaho, 875 Perimeter Drive MS 1136, Moscow, ID 83844-1136, USA

⁶Associação BioLiving, Rua do Outeiro, 3850-635 Frossos, Albergaria-a-Velha, Portugal

⁷Departamento de Biologia e Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), Universidade de Aveiro, Campus Universitário de Santiago, 3810-193 Aveiro, Portugal

⁸Departamento de Biologia e Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), Universidade de Aveiro, Campus Universitário de Santiago, 3810-193 Aveiro, Portugal.

⁹Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto (MHNC-UP) / PRISC. Praça Gomes Teixeira, 4099-002 Porto, Portugal

¹⁰cE3c - Centre for Ecology, Evolution and Environmental Changes & CHANGE - Global Change and Sustainability Institute, Faculty of Sciences, University of Lisbon, 1749-016 Lisbon, Portugal

¹¹Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF, I.P.). Av. da República, 16-16B, 1050-191 Lisboa, Portugal

¹²Centre for Functional Ecology - Science for People & the Planet (CFE). Departamento de Ciências da Vida Universidade de Coimbra - Apartado 3046 3001-401 Coimbra - Portugal

¹³Bavarian Forest National Park, Department of Conservation and Research, Freyunger Str. 2, 94481, Grafenau, Germany

¹⁴Department of Natural Resources and Society, University of Idaho, 875 Perimeter Drive MS 1139, Moscow, ID 83844-1139, USA

¹⁵Prometheus—Research Unit in Materials, Energy and Environment for Sustainability, Instituto Politécnico de Viana do Castelo, 4900-347 Viana do Castelo, Portugal

Portugal é o segundo país da Europa com menor disponibilidade de madeira morta nas florestas, apesar de integrar um dos principais hotspots de biodiversidade do continente. Esta escassez resulta de fatores culturais, regulatórios, económicos e sociais que precisam de ser repensados. Nos últimos nove anos, a ciência cidadã tem desempenhado um papel fundamental na sensibilização de cidadãos e decisores para a importância ecológica da madeira morta, muitas vezes presente em grandes de grande porte.
Recorrendo a espécies emblemáticas como a vaca-loura (Lucanus cervus), milhares de registos foram recolhidos por cidadãos em todo o país. Estes dados estão a apoiar ações de conservação, a promover a preservação de árvores antigas e a incentivar estratégias de retenção de madeira morta em autarquias locais. O envolvimento das comunidades tem sido essencial, aproximando ciência, política e sociedade. Desde janeiro que centenas de cidadãos ajudam também a mapear as Gigantes Verdes de Portugal, as árvores habitat de muita desta biodiversidade.
Esta apresentação partilha a evolução deste trabalho em Portugal, destacando publicações recentes, projetos ativos e os principais resultados alcançados pelo Projeto VACALOURA.pt e Gigantes Verdes, esperando criar novas oportunidades de dinamização destes projetos e sinergias à escala nacional.

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• Roteiro para a integração da Ciência Cidadã na Educação Formal
  Priscila Doran Joana Silva

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Roteiro para a integração da Ciência Cidadã na Educação Formal

Priscila Doran Joana Silva

A Ciência Cidadã tem um enorme potencial no mundo da educação, permitindo uma aprendizagem contextualizada em problemas reais, e oferecendo aos alunos a oportunidade de fazer a diferença na sua comunidade. Ao mesmo tempo, a educação oferece um imenso potencial para a ciência cidadã, podendo facilitar o envolvimento de milhões de cidadãos em projetos científicos através das escolas. Numa altura em que professores se sentem desafiados com a crescente dificuldade de captar a atenção e o interesse dos alunos, a Ciência Cidadã poderá abrir um novo caminho de envolvimento e motivação. Esta apresentação pretende demonstrar os resultados obtidos durante o projeto OTTERS [https://otters-eu.aua.am] através de diversas sessões participativas com mais de 300 professores de Portugal, Arménia, Itália e Grécia. Estas sessões levaram à elaboração de um roteiro para a integração da Ciência Cidadã na educação formal, indicando um caminho de cocriação entre professores, alunos e toda a comunidade escolar, apoiados por uma rede de parcerias locais e por políticas educativas facilitadoras. O trabalho a ser apresentado representa uma abordagem inovadora que integra a aprendizagem curricular e a ciência cidadã, numa perspetiva de educação ao serviço da comunidade, e de uma abordagem escolar integrada. O roteiro foi implementado em Portugal, originando 24 projetos, desenvolvidos por mais de 1700 alunos do Norte a Sul do país. Esta implementação, promoveu o desenvolvimento de competências nos alunos, assim como o aumento da literacia aquática e da preocupação pela água, revelando-se um excelente caminho para uma educação motivadora e envolvente.

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Ficheiros

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• A ciência cidadã nas escolas como via para a democratização do acesso à ciência
  Ilídio André Costa Carla Morais Mário João Pires Fernandes Garcia Monteiro

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A ciência cidadã nas escolas como via para a democratização do acesso à ciência

Ilídio André Costa^1,2,3,4 , Carla Morais^4,5 Mário João Pires Fernandes Garcia Monteiro^3,6

¹Agrupamento de Escolas de Santa Bárbara

²Planetário do Porto - Centro Ciência Viva

³Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço - Universidade do Porto

⁴Centro de Investigação em Química da Universidade do Porto

⁵Unidade de Ensino das Ciências - Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

⁶Departamento de Física e Astronomia - Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

A articulação entre a ciência cidadã e as escolas permite o envolvimento de professores, alunos e comunidades em atividades científicas desenvolvidas em contextos autênticos. Este processo contribui para o desenvolvimento de competências científicas e aproxima o conhecimento dos cidadãos. As escolas assumem, assim, um papel central no acesso equitativo à ciência.

Dados do projeto de ciência cidadã “CoAstro: um Condomínio de @stronomia” deram origem a diversas publicações científicas que confirmam estudos prévios sobre os efeitos únicos da articulação entre ensino e divulgação científica através da escola.

O projeto organiza-se em duas fases principais: 1) “ComCiência”, fase em que os professores integram equipas de investigação em astrofísica e 2) “Con(s)ciência”, onde se dinamizam atividades, estruturadas pelos docentes e integrando astrónomos e comunicadores de ciência, destinadas aos vários atores da comunidade educativa. O “Con(s)ciência”, inclui formação contínua de docentes, atividades em sala de aula, sessões de planetário, oficinas, observações astronómicas e festivais de ciência.

Ativo desde 2018 e impulsionado por apoios e prémios institucionais, o projeto “CoAstro”, e em particular o “Con(s)ciência”, granjeou a oportunidade de chegar a municípios com menor envolvimento espontâneo com a ciência (não por opção das populações, mas por falhas no acesso democrático ao conhecimento científico). A identificação desses municípios teve por base um mapeamento, realizado em 2024, para o território de Portugal continental.

O objetivo do presente trabalho é, pois, o de partilhar o modelo de intervenção já implementado em dois desses municípios. Esse é um modelo agilmente replicável em outros contextos e por outras instituições, revelando como, através das escolas, é possível democratizar o acesso à ciência, para toda uma comunidade municipal, com base em ciência cidadã.

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• The Museum of Food Waste: a citizen science approach to monitor and tackle food
  Cristina Nava

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The Museum of Food Waste: a citizen science approach to monitor and tackle food

Cristina Nava¹

¹Rio Neiva - Environmental NGO

The Museum of Food Waste is a citizen science project aiming to monitor various forms of food waste in school canteens in Esposende, Portugal. It is grounded on the relevance of engaging a younger generation as upcoming ‘change agents’ through local schools, as a privileged medium to empower them, and on the need to act on the ‘food consumption’ side.

The project, supported by IMPETUS, initially proposed to work with 3 school canteens, which was expanded to 6, covering the full territory of Esposende, as strategy to bring on-board the Municipality of Esposende as a key stakeholder, and one school canteen (within the 6) in the contiguous municipality of Viana do Castelo, given their interest in being involved.

The project's innovative character lies in bringing together food waste monitoring, student-led data collection, food waste reduction strategies co-creation, capacitation for students and canteen staff, and development of a replicable protocol.

A total of 536 students (10 to 15 years old) were engaged across all stages of the process, especially during 40 continuous (working) days of food waste monitoring in 2024, which led to to identifying 6,24 tons of waste in this period for all canteens, in the form of students' plate leftovers, kitchen food surplus, and kitchen inedible food waste. Students were also engaged in the co-creation of food waste minimisation strategies, and further developed the topic of food waste in different disciplines. A total of 26 teachers were engaged, guiding students. 24 school canteen staff were also engaged both in food waste separation, and in 2 hands-on training workshops for food waste reduction.

The project is in its final stages, currently advocating for the implementation of food waste reduction strategies in these schools. The “Museum of Food Waste - because food waste should be in the past” project is the recipient of the EU Citizen Science - Diversity and Collaboration Award 2025.

 

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• ECSA e a ciencia cidada na Europa e em Portugal
  Carolina Doran

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ECSA e a ciencia cidada na Europa e em Portugal

Carolina Doran¹

¹ECSA - European Citizen Science Association

A Associação Europeia de Ciência Cidadã (ECSA) apoia o crescimento da ciência cidadã na Europa e além. Guiada pela nossa visão ‘um mundo onde as pessoas sejam capacitadas para promover mudanças positivas por meio da ciência’ e pela nossa missão de tornar a ciência aberta, acessível e valiosa para todas as pessoas, ajudamos a construir e conectar comunidades por meio de recursos, desenvolvimento de capacidades, infraestruturas partilhadas e oportunidades de cocriação. Os 10 Princípios da Ciência Cidadã, já traduzidos para vários idiomas, incluindo Portugues, oferecem uma base comum para práticas de ciência cidadã de qualidade, éticas e inclusivas. Estes princípios ajudam a alinhar esforços entre setores e fronteiras.

Outro aspeto importante do nosso trabalho são os nosso ‘Working Groups’, compostos por membros da ECSA, que se dedicam a temas estratégicos como políticas públicas, educação, biodiversidade e ferramentas digitais. Estes grupos juntam membros do mundo inteiros e promovem a colaboração e a inovação. 

 No âmbito do projecto ECS, uma parte fundamental deste trabalho é o desenvolvimento e a partilha de ferramentas open source que permitem às organizações locais criar as suas próprias plataformas. Isso nao só fortalece as infraestruturas locais mas também as conexões entre diferentes polos regionais, contribuindo para um ecossistema de ciência cidadã mais resiliente e colaborativo em toda a Europa.

O nosso trabalho nunca está concluído. Há sempre mais a fazer. Olhando para o futuro, como pode a ECSA continuar a apoiar polos nacionais, como a Rede Portuguesa de Ciência Cidadã, assim como outras iniciativas locais e regionais?

 

 

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• Re-imaginar a educação através da ciência cidadã
  Rita Campos Cláudia Pato de Carvalho Catarina Leitão

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Re-imaginar a educação através da ciência cidadã

Rita Campos¹ , Cláudia Pato de Carvalho¹ Catarina Leitão¹

¹Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra

Esta comunicação visa apresentar o projecto ATHENE-ciência cidadã como metodologia para o desenvolvimento de competências em crianças e jovens, uma ferramenta metodológica que emerge de uma experiência de três anos de ciência cidadã com escolas secundárias, e que evoluiu para incluir todo o espetro educativo: ensino básico, secundário e profissional. Desenvolvido por uma equipa multidisciplinar, o projeto promove a colaboração entre alunos, professores e investigadores para repensar os conteúdos curriculares através da investigação participativa, posicionando os alunos como contribuintes activos e líderes na investigação científica.

ATHENE é construído em torno de uma plataforma digital de acesso livre que integrará módulos de aprendizagem autónomos, recursos de formação, ferramentas de apoio e portefólios electrónicos. O seu principal objetivo é reforçar a autonomia, a motivação e as competências de pensamento crítico dos estudantes, valorizando os seus conhecimentos e experiências individuais, incentivando a reflexão e promovendo o seu papel de mentores entre pares.

Enraizado nos valores da aprendizagem cooperativa e do respeito mútuo, ATHENE apoia a co-construção de conhecimentos e a resolução de problemas entre estudantes, educadores e cientistas. Alinha-se com os recentes apelos à reconfiguração das escolas como ecossistemas colaborativos, i.e., redes que ligam a educação, a investigação científica e os desafios sociais, tanto a nível local como global. Ao fazê-lo, contribui para a formação de comunidades de aprendizagem inclusivas, valorizando as diferenças individuais e promovendo a responsabilidade colectiva na produção de conhecimentos.

A partir dos resultados do primeiro ano de implementação do ATHENE em 18 turmas de cinco Agrupamentos de Escolas, e das reflexões cruzadas entre estudantes, professores e investigadores nos últimos quatro anos, discutiremos os desafios e as oportunidades da utilização desta estratégia de ciência cidadã em contextos educativos.

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• Ciência-cidadã escolar da relevância à sustentabilidade
  Miguel Rodrigues Luís Pereira Cátia Vicente Sónia Oliveira Cristina Veiga-Pires

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Ciência-cidadã escolar da relevância à sustentabilidade

Miguel Rodrigues¹ , Luís Pereira^2,3 , Cátia Vicente² , Sónia Oliveira^4,5 Cristina Veiga-Pires^6,4

¹A Céu Aberto

²Câmara Municipal de Albufeira

³aspirante Algarvensis a geoparque mundial da UNESCO

⁴Centro Ciência VIva do Algarve

⁵CIMA | ARNET

⁶Universidade do Algarve CIMA | ARNET

No ano letivo 2022-2023, o Centro Ciência Viva do Algarve foi desafiado pela Câmara Municipal de Albufeira a desenvolver um projeto de sensibilização sobre o aspirante Algarvensis a geoparque mundial da UNESCO (aUGGp). Criou-se assim um projeto de ciência cidadã para monitorizar a flora de um troço da zona ripícola da Ribeira de Quarteira, envolvendo duas turmas do secundário. Incluiu-se um workshop sobre identificação de plantas, com foco em espécies endémicas, exóticas e invasoras, em articulação com os níveis de ameaça da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, seguido de duas saídas de campo com registos na plataforma Biodiversity4all. Em 2023-2024, o projeto foi repetido nos mesmos moldes. Em 2024-2025, o projeto dedicou-se a duas novas zonas do aUGGp Algarvensis — Arrifes e Escarpão — e foi desenvolvido diretamente pela Câmara Municipal e duas escolas, com apoio de umaconsultoria científica.

No primeiro ano, foram registadas 150 espécies, em 594 observações feitas por 12 participantes. Destacaram-se duas das cinco espécies endémicas alvo (Tuberaria major e Plantago algarbiensis), além de 13 espécies alóctones, 10 das quais invasoras, listadas na Lista Nacional de Espécies Invasoras. No terceiro ano, somaram-se 175 observações nos Arrifes (87 espécies) e 455 no Escarpão (119 espécies).

A participação dos alunos contribuiu para o conhecimento científico da flora de Albufeira e do aUGGp Algarvensis, permitindo identificar, mapear e confirmar a presença de várias espécies. A informação resultante apoia investigadores, como os envolvidos na Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal Continental e no portal Flora.on.

Atualmente, além de o projeto ter sido plenamente adotado pelas escolas do concelho de Albufeira, a iniciativa do Geoparque Algarvensis no iNaturalist — iniciada em 2023 — já contabiliza mais de 90.000 observações, correspondentes a 5.654 espécies de fauna e flora do território.

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• Involvement of people with dementia in an academic review process
  Rita Maldonado Branco Daniela Figueiredo Amber De Coen Claire Craig

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Involvement of people with dementia in an academic review process

Rita Maldonado Branco¹ , Daniela Figueiredo² , Amber De Coen³ Claire Craig⁴

¹Research Institute for Design, Media and Culture (ID+), Department of Communication and Art, University of Aveiro

²RISEHealth, School of Health Sciences (ESSUA), University of Aveiro

³LUCA School of Arts, KU Leuven

⁴Sheffield Hallam University

In line with the principles of Citizen Science, the inclusion of individuals with lived experience of dementia in research processes has become increasingly recognised as both essential and impactful. This presentation discusses the insights gained when people with dementia played a key role in the academic review process for the 2025 Dementia Lab conference in Aveiro, Portugal.

Dementia Lab is an international and interdisciplinary conference which focuses on the role of design in supporting the well-being of people living with dementia and their carers. This community of researchers and practitioners across the spectrum of design and care has been driven by inclusive, person-centred and rights-based approaches and seeks to discuss and share best practices on how to engage people with dementia in the design and research processes. It seemed fitting, therefore, that for the 7^th edition of the conference, people with dementia played a key role in the review of academic papers.

People with dementia were recruited through existing networks in the UK. Guided by these individuals, a series of actions were taken. These included inviting authors to submit a plain language summary alongside the full paper, holding regular online meetings, creating accessible formats for engagement, and developing strategies to share and check feedback. Key insights were developed about what worked as well as less successful approaches.

The contributions of people living with dementia were clear, insightful, sophisticated, and very direct. They were often aligned with the academic reviewers’ comments to the full papers yet added different and rich lived perspectives that had not been considered. Their comments were considered in the editorial decisions and shared with the authors. Authors incorporated the feedback into the final version of their full papers and their plain language summaries, which were much stronger as a result. This also raised awareness among conference delegates of alternative ways to give voice to people with dementia.

By sharing this good practice with the Citizen Science community, we hope to contribute to fighting stigma and discrimination of people with dementia and to foster more involvement and contribution of citizens, who are experts by experience, in research review and evaluation processes.

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• Best practices for citizen science in the biomedical sciences: a proposal
  Ana Delicado Jussara Rowland Laura Ward

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Best practices for citizen science in the biomedical sciences: a proposal

Ana Delicado¹ , Jussara Rowland¹ Laura Ward²

¹Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa

²Gulbenkian Institute for Molecular Medicine

The “participatory turn” in research has taken many forms in recent years, some new, some re-visitations from the past. Citizen science is one such form that has gathered some prominence, with dedicated associations, journals, EU funding and online platforms. However, citizen science in the biomedical sciences is still fairly scarce. Out of the 349 projects available at the EU Citizen science platform (https://eu-citizen.science/), only 49 have health and medicine among their topics. Projects with a particular focus on biomedical sciences are even fewer. Nevertheless, there is some tradition of citizen involvement in biomedical research, from less intensive degrees of engagement, such as sample donation or participation in clinical trials, to the more intensive engagement of advocacy work by patient organisations and “treatment activism”.

Citizen science in the biomedical sciences can have an important role to play in both improving scientific quality, raising social awareness of health and illness and facilitating more equitable health outcomes. But what level of community engagement can be promoted in these citizen science projects? At what stages of research can patients/citizens participate? How can highly specialised research be made accessible? How can the contributions from citizens be incorporated in laboratory research? What are the ethical and legal considerations? How can citizen science help bridge laboratory research and clinical practice?

This presentation aims to present and discuss an initial proposal for best practices in citizen science in biomedical research, in particular in Portugal. The proposal relies on a review of the literature, interviews with practitioners and a workshop with researchers. It is based on a collaboration between Institute of Social Sciences (ICS) and the Gulbenkian Institute for Molecular Medicine (GIMM) in the framework of the GIMM CARE Teaming project, which has a specific task dedicated to the development and promotion of Citizen Science.

[B. Comunicação Individual]

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• ENVOLVIMENTO DO CIDADÃO EM PROJETOS: MAPEAMENTO DE UMA UNIDADE DE INVESTIGAÇÃO
  Fernanda Moura Lanza Elaine Santana Iria Sanz Júlia Esteves Assunção João Apóstolo Silvia Silva

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ENVOLVIMENTO DO CIDADÃO EM PROJETOS: MAPEAMENTO DE UMA UNIDADE DE INVESTIGAÇÃO

Fernanda Moura Lanza^1,2,3 , Elaine Santana^2,3 , Iria Sanz^2,3 , Júlia Esteves Assunção¹ , João Apóstolo^2,3 Silvia Silva^2,3

¹Universidade Federal de São João del-Rei

²Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

³Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA:E)

Enquadramento teórico: a Ciência Cidadã (CC) propõe a participação ativa dos cidadãos nos processos de investigação científica. No panorama da Enfermagem em Portugal, destaca-se a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), por meio da sua Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA:E), como instituição pioneira ao incorporar a CC como eixo estratégico de desenvolvimento científico.

Objetivo: mapear o envolvimento do cidadão nos projetos de investigação inscritos na UICISA:E.

Métodos: Realizou-se uma análise documental dos Projetos de Estudos Associados (PEA) em andamento e concluídos, considerando as informações do protocolo de pesquisa disponíveis no site da UICISA:E.

Resultados: A data de 11 de março de 2025, havia 69 PEA em andamento, dos quais 18 (26,1%) incluíram algum nível de envolvimento do cidadão, mas apenas 10 especificaram a abordagem adotada (colaborativa, consultiva e/ou co-criação). Dos 51 projetos restantes (73,9%), 26 apresentaram a informação "não aplicável", 8 (15,7%) indicaram explicitamente a não previsão de envolvimento do cidadão, e 17 (33,3%) não mencionaram o envolvimento do cidadão e não houve atribuição automática da mensagem "não aplicável". Entre os 10 PEA concluídos, apenas 2 descreveram o envolvimento do cidadão.

Inovação: este mapeamento constitui uma abordagem inovadora uma vez que, desde julho de 2023, foi incorporado no protocolo de inscrição dos PEA na UICISA:E o campo “Envolvimento do cidadão na equipa de investigação”.

Impacto: A análise contribui para o reforço institucional da CC, ao evidenciar a necessidade de ampliar estratégias que promovam o envolvimento do cidadão na pesquisa em Enfermagem. A apresentação oferece à audiência subsídios para refletir sobre os desafios e potencialidades da institucionalização da Ciência Cidadã, sendo especialmente útil para investigadores, gestores e financiadores interessados em consolidar práticas científicas participativas e socialmente relevantes.

[B. Comunicação Individual]

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• CIÊNCIA CIDADÃ E LITERACIA EM SAÚDE: COCONSTRUÇÃO DE GUIAO METODOLOGICO
  Sílvia Silva Elaine Santana Joana Bernardo Aline Silva Fernanda Lanza Carlos Lopes Cristina Vaz de Almeida João Luís Alves Apóstolo

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CIÊNCIA CIDADÃ E LITERACIA EM SAÚDE: COCONSTRUÇÃO DE GUIAO METODOLOGICO

Sílvia Silva^1,2 , Elaine Santana² , Joana Bernardo^3,2 , Aline Silva^4,2 , Fernanda Lanza^5,2 , Carlos Lopes^6,7 , Cristina Vaz de Almeida^7,8 João Luís Alves Apóstolo^1,2

¹Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

²Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

³Escola Superior de Saúde Jean Piaget

⁴Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo

⁵Universidade Federal de São João Del Rei, Minas Gerais, Brasil

⁶Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA)

⁷Applied Psychology Research Center Capabilities & Inclusion

⁸Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde

Em um cenário em que a baixa literacia em saúde (LS) representa uma barreira ao acesso à informação baseada na evidência, a Ciência Cidadã (CC) destaca-se como uma abordagem promissora para tornar a comunicação em saúde mais inclusiva, acessível e relevante. Este estudo apresenta um modelo de coconstrução de Sumários de Evidência para o Cidadão (SEC), desenvolvido e validado com grupos de pessoas idosas, como estratégia de aproximação entre investigação e comunidade. Trata-se de um estudo metodológico, baseado no modelo de Polit e Beck (2011), realizado com quatro cidadãos. A recolha de dados ocorreu por meio de grupos focais, organizados em três momentos: definição de objetivos e reflexão sobre a importância da CC na saúde; análise coletiva de um SEC, com aplicação do Teste Cloze para identificar dificuldades de compreensão; e coconstrução de uma nova versão do SEC, com melhorias textuais e visuais. Posteriormente, compararam-se as duas versões, discutindo-se os resultados, o impacto percebido e formas de sistematizar o envolvimento cidadão na produção de informação em saúde. Como resultado, foi coconstruído um guião metodológico validado, replicável em diferentes contextos de investigação e comunicação científica. Os dados evidenciam que o envolvimento dos cidadãos na produção de SECs melhora o conteúdo comunicacional, reforça a literacia em saúde e a confiança na ciência, valoriza os saberes locais e promove a participação crítica. Ao apresentar este modelo, a proposta reforça o papel da CC como uma via concreta para promoção da LS. O envolvimento ativo dos cidadãos na interpretação, validação e reformulação da evidência contribui para tornar a informação mais acessível e útil. Conhecer a aplicação prática deste guião e explorar formas de adaptação em diferentes contextos reforça o compromisso com uma ciência mais acessível, colaborativa e centrada nas pessoas.

[B. Comunicação Individual]

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• Avaliar metodologias e qualidade dos dados em ciência cidadã no projecto ECHO
  Silvana Munzi Cristina Cruz

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  Encontro Nacional de ciência cidadã_ECHO
  

Avaliar metodologias e qualidade dos dados em ciência cidadã no projecto ECHO

Silvana Munzi¹ Cristina Cruz¹

¹cE3c - Center for Ecology, Evolution and Environmental Changes & CHANGE - Global Change and Sustainability Institute

O projeto ECHO – Engaging Citizens in Soil Science: The Road to Healthier Soils desenvolveu dois quadros de avaliação das atividades de ciência cidadã: um para analisar as metodologias utilizadas e outro para verificar a qualidade dos dados recolhidos nestas iniciativas. O objetivo destes instrumentos é definir orientações estruturadas para avaliar a qualidade, eficácia, fiabilidade e validade dos métodos de ciência cidadã aplicados à monitorização do solo.

Para elaborar os quadros de avaliação, foram seguidas várias etapas: revisão dos modelos de avaliação existentes, incluindo os de disciplinas fora da ciência do solo, com o objetivo de identificar boas práticas e métricas de referência; desenvolvimento de critérios específicos para avaliar a viabilidade e sustentabilidade das metodologias, tanto do ponto de vista do projeto como dos cidadãos envolvidos, bem como a fiabilidade, exatidão e utilidade dos dados sobre o solo; criação dum sistema de pontuação com cinco níveis, desde “aprovado” até “rejeitado”, com limiares definidos com base numa avaliação global. Os critérios identificados são simplicidade, custos, granularidade temporal e especial, replicabilidade dos dados, fiabilidade dos dados, compatibilidade e adatação para o primeiro quadro de avaliação, e relevância, precisão, acessibilidade, coerência e interpretabilidade para o segundo quadro de avaliação.

Cada quadro de avaliação foi concebido sob a forma de diagrama de fluxo, que guia os utilizadores por uma série de perguntas-chave, com ações baseadas em respostas “Sim” ou “Não”. A aplicação dos quadros na análise de 48 projetos de ciência cidadã permitiu identificar metodologias “aprovada e recomendada para adoção” e metodologias “não recomendadas para uso e rejeitadas”. Embora haja pequenas variações entre os diferentes protocolos, esta revisão forneceu uma base para as ferramentas ECHO e os procedimentos para medir os oito indicadores de saúde do solo, aproveitando e adaptando métodos desenvolvidos por projetos similares.

 

Agradecimentos: O projeto ECHO é financiado pela União Europeia no âmbito do programa HORIZON-MISS-2022-SOIL-01 (GA no. 101112869) e cofinanciado pela UK Research and Innovation (UKRI, GA no. 10068004).

[B. Comunicação Individual]

Ficheiros

Encontro Nacional de ciência cidadã_ECHO


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• Impulsionar a ciência cidadã a partir da periferia: aprendizagens e ressonâncias
  Joana Magalhães Inês Navalhas Maria João Leão

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Impulsionar a ciência cidadã a partir da periferia: aprendizagens e ressonâncias

Joana Magalhães¹ , Inês Navalhas^2,3 Maria João Leão⁴

¹Science for Change (SFC)

²Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)

³Rede Nacional de Ciência Cidadã

⁴ITQB-Nova

IMPETUS é um projecto Horizonte Europa que tem como missão reforçar os ecossistemas de ciência cidadã (CC). A sua Aceleradora é um programa de referência para iniciativas com alto potencial de impacto, acompanhando-as em processos de prototipagem participativa, ativação comunitária e avaliação sistémica. As iniciativas selecionadas recebem financiamento direto, mentoria personalizada e integram uma comunidade paneuropeia que promove a ciência aberta e colaborativa. Nas duas edições realizadas, foram financiadas 6 iniciativas portuguesas, ativas em áreas como biodiversidade urbana, qualidade do ar ou participação juvenil. Uma destas recebeu o European Prize for Citizen Science, o mais alto reconhecimento institucional de excelência na Europa. Além disso, três pessoas mentoras portuguesas, contribuiram com uma perspetiva situada e criando pontes a nível local e EU. A presente proposta consiste numa sessão em formato fishbowl, onde se convidará participantes da comunidade portuguesa de CC — projetos financiados, mentores e público presente — a refletir coletivamente em torno a 4 questões: O que significou participar na Aceleradora em termos de crescimento, legitimidade e visibilidade? Quais foram as principais aprendizagens metodológicas, comunitárias ou políticas? Que impacto teve esta experiência no reconhecimento profissional, institucional ou académico? Existe uma necessidade real de criar um mecanismo nacional de apoio estruturado à ciência cidadã? O fishbowl é pensado como um espaço de intercâmbio aberto, horizontal e orientado para a ação, que visibilize os sucessos do ecossistema português, permita a partilha de boas práticas e ative um debate necessário sobre a sustentabilidade e escalabilidade de iniciativas de CC. Esta sessão pretende, ainda, lançar uma conversa estratégica sobre o potencial de uma aceleradora nacional adaptando o enfoque do IMPETUS às realidades locais, promovendo modelos de governação aberta, reconhecimento profissional e inovação cívica.

[D. Sessão Completa]

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• Construindo um futuro onde todos contribuem com o seu conhecimento
  Carlos Smaniotto Costa Carolina Doran Nagayamma Aragão Beatriz Noriega Ortega

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  20_Oficina ECS 071025
  

Construindo um futuro onde todos contribuem com o seu conhecimento

Carlos Smaniotto Costa^1,2 , Carolina Doran³ , Nagayamma Aragão^1,2 Beatriz Noriega Ortega³

¹Universidade Lusófona, Departamento de Arquitetura e Urbanismo

²CIAUD - Centro de Investigação em Arquitetura, Urbanismo e Design da Universidade de Lisboa

³ECSA European Citizen Science Association

A oficina visa criar um maior entendimento sobre as potencialidades e experiências no engajamento de comunidades com pouca participação em ciência cidadã. Sob os auspícios do projeto europeu ECS (European Citizen Science, https://citizenscience.eu) e através da leitura coletiva das 10 Recomendações (10SR) do Citizen science for the future of Europe (https://citizensciencefp10.eu) será debatido como delinear políticas mais inclusivas para envolver comunidades cuja voz embora importante nem sempre é considerada em processos participativos. A interatividade consiste em explorar ativamente vínculos e experiências dos participantes em ciência cidadã e a suas relações às 10SR, desenvolvendo coletivamente respaldos práticos e ao mesmo tempo reforçando a compreensão dos objetivos da ciência cidadã e a importância de práticas mais inclusivas. Objetiva-se, assim, discutir as possíveis contribuições do contexto português para as 10SR, e desenvolver argumentos coletivos sobre as prioridades políticas a serem abordadas para apoiar a ECSA no fortalecimento da comunidade de ciência cidadã e sua infraestrutura em Portugal e na Europa.

A oficina será dinâmica e descentralizada ao oferecer a oportunidade de discussão com a audiência, com a seleção de advogados para as 10SR e seus pares. Através de uma metodologia participativa, ancorada em brainwriting, técnica que permite o desenvolvimento colaborativo e progressivo de ideias de forma escrita e rotativa, serão elaboradas coletivamente recomendações práticas e prioridades políticas para o fortalecimento de uma ciência cidadã mais ampla. Essas recomendações serão elaboradas num documento final sistematizado a posteriori, reconhecendo-se os contributos coletivos dos participantes.

A oficina constitui, assim, uma oportunidade de alinhar práticas locais com enquadramentos políticos europeus, contribuindo para uma ciência cidadã mais equitativa, representativa e inclusiva. A oficina será organizada por membros do projeto ECS e poderá contar com entre 20 e 25 participantes.

[F. Oficina/Workshop]

Ficheiros

20_Oficina ECS 071025


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• Bem-estar de pessoas com deficiência intelectual: co construção e tecnologia
  Tania Gaspar Pedro Gamito Jorge Oliveira Micaela Fonseca Carla Sousa Marina Pousão Catarina Alves

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  abstract_34 REV
  

Bem-estar de pessoas com deficiência intelectual: co construção e tecnologia

Tania Gaspar¹ , Pedro Gamito² , Jorge Oliveira³ , Micaela Fonseca⁴ , Carla Sousa⁵ , Marina Pousão⁶ Catarina Alves⁷

¹Aventura Social Associação, IPSSS

²Universidade Lusofona, HEI-Lab Digital Human-Environment Interaction Lab.

³Universidade Lusofona, HEI-Lab Digital Human-Environment Interaction Lab/ Colaborador em projeto Junta de Freguesia de Benfica

⁴Universidade Lusofona, HEI-Lab Digital Human-Environment Interaction Lab/ Colaborador em projeto APPCDM

⁵Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias (CICANT)

⁶Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM)

⁷Junta de Freguesia de Benfica

A participação plena e o bem-estar de pessoas com deficiência intelectual (DI) são pilares de uma sociedade inclusiva, justa e sustentável. Esta sessão aborda estas dimensões a partir de uma perspetiva centrada na co-construção de conhecimento, no uso ético da tecnologia e nos princípios da ciência cidadã. O enquadramento teórico integra contributos da psicologia da saúde e comunitária, dos estudos sobre deficiência e da ética do cuidado, reconhecendo as pessoas com DI não apenas como beneficiárias, mas também como co-investigadoras, com saberes próprios e indispensáveis.

As tecnologias a utilizar incluem aplicações interativas em leitura fácil, vídeos legendados e em linguagem simples, suportes digitais acessíveis e ferramentas colaborativas online, concebidas com base em princípios de usabilidade universal. A sua acessibilidade é validada por cidadãos/as cientistas com DI, que testam conteúdos, navegação e formatos, assegurando a sua relevância e utilidade para a inclusão. Experiências-piloto realizadas em contextos comunitários (APPCDM, Junta de Freguesia de Benfica e Junta de Freguesia da Ajuda) evidenciam ganhos ao nível da autoestima, das competências sociais, do sentimento de pertença e da confiança no diálogo com investigadores e decisores.

A metodologia adotada será a do world café, organizada em grupos de 6 a 8 participantes, em sessões de 90 minutos, garantindo tempo equilibrado para a discussão e a síntese coletiva. Os tópicos em debate incluem: coesão democrática e confiança na ciência; combate à desinformação; redução das desigualdades sociais; caracterização do problema da exclusão de pessoas com DI em Portugal (cerca de 1% da população, com baixas taxas de participação cívica e digital), bem como a sua contextualização em políticas públicas (Plano de Ação para a Deficiência 2021–2025; Estratégia Nacional para a Inclusão das Pessoas com Deficiência).

As reflexões dos/as participantes serão sistematizadas em mapas visuais e relatórios de síntese, apresentados durante a sessão e posteriormente disponibilizados em formatos acessíveis. Este processo garante a continuidade do impacto, permitindo que as contribuições alimentem práticas inclusivas futuras e apoiem a formulação de políticas públicas.

[D. Sessão Completa]

Ficheiros

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• Criação de Hubs de Ciência Cidadã no Ensino Superior: da ideia à ação
  Ana Santos Carvalho Rita Campos Catarina Nunes Soares Silva Filipa Bessa

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Criação de Hubs de Ciência Cidadã no Ensino Superior: da ideia à ação

Ana Santos Carvalho^1,2 , Rita Campos³ , Catarina Nunes Soares Silva⁴ Filipa Bessa⁴

¹GeneT, CIBB, UC

²SciComPt

³Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra

⁴Centro de Ecologia Funcional - Departamento de Ciências da Vida, Universidade de Coimbra

A ciência cidadã (CC) é cada vez mais adoptada pelas instituições de ensino superior (IES) como uma abordagem estratégica para enfrentar os desafios sociais, ambientais e territoriais. Ao envolver ativamente os cidadãos nos processos de investigação, contribui para o avanço científico, enquanto serve de ponte entre a academia e a sociedade, tornando a investigação mais transparente, inclusiva e socialmente significativa.

Apesar do interesse crescente, muitas iniciativas de CC na academia permanecem isoladas e carecem de suporte e coordenação institucional para ganhar escala ou alcançar um impacto a longo prazo. Este workshop convida pessoas de diversos contextos académicos e de investigação a explorar a forma como os hubs de CC nas IES podem fornecer uma estrutura para consolidar iniciativas dispersas, melhorar a colaboração interdisciplinar e reforçar as ligações com as comunidades.

Estruturado para 90 minutos, o workshop inclui 3 partes:

Parte 1) Apresentação dos participantes e breves apresentações do trabalho e reflexões já desenvolvidas na criação do hub de ciência cidadã numa IES, tomando como exemplo o hub na Universidade de Coimbra - CC@UC - 30min

Parte 2) Discussão colaborativa sobre as condições, desafios e oportunidades para o desenvolvimento de hubs de ciência cidadã em IES. Os participantes partilharão experiências, identificarão necessidades e explorarão diversos modelos institucionais - 40min

Parte 3) Co-criação de um roteiro e orientações práticas para a implementação de hubs de ciência cidadã em IES e centros de I&D, com ênfase na missão, estrutura e futuras ações de colaboração, com o objetivo de apoiar futuras iniciativas - 20 min

Esta sessão visa: a) criar/atualizar uma lista de contactos para fomentar diálogo/sinergias após o evento, e b) desenvolver um roteiro preliminar colaborativo de hubs de ciência cidadã em IES, que possa evoluir para uma publicação colaborativa, originando uma visão coletiva para a institucionalização da ciência cidadã no ensino superior.

 

[F. Oficina/Workshop]

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• Propagar a Ciência Cidadã – Reflexões sobre Modos de Financiamento (CROPS)
  Catarina Pydzinska Azevedo Inês Francisco Tânia Moreira James Sprinks

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Propagar a Ciência Cidadã – Reflexões sobre Modos de Financiamento (CROPS)

Catarina Pydzinska Azevedo¹ , Inês Francisco¹ , Tânia Moreira¹ James Sprinks²

¹INOVA+

²Earthwatch

O workshop é baseado nos desenvolvimentos e resultados preliminares do projeto europeu CROPS - Curating, Replicating, Orchestrating, and Propagating Citizen Science across Europe (https://www.crops-cs.eu/). O CROPS tem como objetivo desenvolver atividades que possam apoiar a transição de iniciativas ciência cidadã de pequena escala para um nível de maior impacto. O projeto pretende criar um leque de recursos e orientações sobre o potencial de expansão das práticas e impactos de CC, juntamente com exemplos de projetos que realizam com sucesso as suas atividades ao nível transnacional (embora expansão geográfica não é a única forma de ampliação de impacto).

A participação no workshop será uma mais-valia para os membros da comunidade de CC em Portugal interessados em possível expansão de alguns projetos da ciência cidadã, ou simplesmente interessados no tema e nos exemplos de iniciativas CC que contribuem para as metas das 5 Missões da EU.

Serão apresentados e discutidos alguns dos resultados preliminares do CROPS, incluindo os resultados de avaliação das práticas de CC existentes (+500 projetos) e guidelines para a expansão da CC.

Os participantes terão oportunidade de conhecer em primeira mão os mecanismos inovadores propostos e comunidades e coligações sociais que o CROPS visa criar. Ao mesmo tempo vão partilhar as suas experiências e expectativas, e deste modo contribuir para a versão final de alguns resultados do projeto: Ex. será discutida uma versão preliminar do protocolo CROPS para a mobilização de diversas fontes de financiamento de CC., um tema frequentemente mencionado como desafio na implementação de CC e sua sustentabilidade a longo prazo. Com base numa avaliação de modelos de financiamento existentes (ex. crowdfunding, financiamento público, financiamento privado, filantropia....) os participantes irão explorar os pontos fortes e os desafios de cada abordagem, e será fomentada uma discussão acerca dos mecanismos de financiamento da CC de modo a explorar desafios e oportunidades.

Um resultado fundamental do workshop será troca de conhecimentos e aperfeiçoamento colaborativo de alguns resultados CROPS em preparação. A parte expositiva será mínima, o workshop utilizará atividades de grupo e formatos interativos.

[F. Oficina/Workshop]

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Sessão de Pósteres e Demonstrações com Degustação de Pasteis de chícharo e prova de Villa Oeiras. O Apoio do Município de Alvaiázere apoia esta sessão.

• Sombra para Todxs
  Magda Fonseca Nuno Charneca Maria dos Anjos Tomaz Fátima Santana Francisco Batista Daniela Caeiro Maria João Leão Elisabete Brigadeiro Maria José Amândio Ana Maria Neres Vanessa Sofia Luz Ana Isabel Almeida Maria José Passos Verónica Bellizzi Laura Carreto Mariana Coutinho Tamara Milagre

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  Reformulação do abstract com base no feedback dos revisores do ENCC ao Sombra para Todxs
  

Sombra para Todxs

Magda Fonseca^1,2 , Nuno Charneca³ , Maria dos Anjos Tomaz⁴ , Fátima Santana⁴ , Francisco Batista⁴ , Daniela Caeiro⁵ , Maria João Leão⁶ , Elisabete Brigadeiro⁷ , Maria José Amândio⁷ , Ana Maria Neres⁷ , Vanessa Sofia Luz⁷ , Ana Isabel Almeida⁷ , Maria José Passos⁸ , Verónica Bellizzi⁹ , Laura Carreto¹ , Mariana Coutinho¹ Tamara Milagre¹

¹Associação Evita-Cancro Hereditário

²Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

³InovLabs

⁴Escola Secundária Quinta do Marquês

⁵Escola Secundária Quinta do Marquês em Oeiras

⁶ITQB-Nova

⁷Câmara Municipal de Oeiras

⁸Hospital Privado do Algarve

⁹"Liga os Pontos"

A elevada exposição à radiação ultravioleta (UV) verificada em Portugal e os baixos níveis de literacia em saúde da população em geral contribuem para o diagnóstico tardio do cancro cutâneo, em especial do melanoma, a sua forma mais agressiva e letal. Estimativas recentes indicam que se detetam cerca de 13.000 novos casos de cancro cutâneo por ano, dos quais mais de 1.000 serão de melanoma. Assim, é urgente reduzir a incidência do cancro cutâneo, promovendo campanhas eficazes de prevenção primária e secundária. 

 

"O “Sombra para Todxs”, promovido pela Associação Evita-Cancro Hereditário, tem como missão recolher e divulgar dados, com a colaboração dos cidadãos, sobre comportamentos de proteção solar e conhecimentos sobre sintomas e diagnóstico do cancro cutâneo, bem como a disponibilização gratuita e inclusiva de estratégias de proteção solar. O objetivo é prevenir o cancro cutâneo a longo prazo e induzir a mudança comportamental para aquisição de hábitos saudáveis de exposição solar pela comunidade, suportando-se, significativamente, na tecnologia digital para a sensibilização bem sucedida dos cidadãos. 

 

Como cidadãos cientistas elegem-se jovens estudantes do ensino secundário, um grupo de alto risco para o cancro cutâneo, pois praticam uma exposição substancial à radiação UV em solários ou ao ar livre para se bronzearem, sem utilizarem métodos de proteção contra a exposição excessiva. 

 

Estes jovens provêm da Escola Secundária Quinta do Marquês, em Oeiras, de uma turma do 12º ano, tendo começado a sua colaboração no projeto desde fevereiro de 2025 e estando dedicados à recolha e disseminação de dados epidemiológicos, de literacia e comportamentais, na criação de intervenções tecnológicas e na prestação de conhecimento à comunidade local. Têm funcionado como uma comunidade de Embaixadores da missão do projeto em Oeiras. Com o apoio da InovLabs, produziram um sensor UV, uma aplicação digital para recolha das suas leituras em tempo real e um semáforo de índices UV, para sensibilizar para a necessidade de se conhecer o Índice UV e sua utilidade na determinação do período de maior perigosidade da exposição solar. Também aprenderam a ensinar a aplicação correta de protetor solar através de câmaras UV. Juntamente com a Inovlabs, estarão presentes neste evento para demonstrar estas tecnologias e sua utilidade preventiva. 

[E. Demonstração]

Ficheiros

Reformulação do abstract com base no feedback dos revisores do ENCC ao Sombra para Todxs


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• All Sustainable: Jogar e Aprender - Ferramenta Inclusiva para a Sustentabilidade
  Maria Gomes Guilherme Pires Francisco Sousa Carla Pacheco Rui Prada Sara Espírito Santo Joana Espernega Nuno Palmeira Maria João Verdasca Carlos Ferreira Vitor Borges Raquel Pereira

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All Sustainable: Jogar e Aprender - Ferramenta Inclusiva para a Sustentabilidade

Maria Gomes¹ , Guilherme Pires¹ , Francisco Sousa¹ , Carla Pacheco² , Rui Prada^1,2 , Sara Espírito Santo³ , Joana Espernega³ , Nuno Palmeira³ , Maria João Verdasca^1,2 , Carlos Ferreira⁴ , Vitor Borges⁵ Raquel Pereira³

¹Instituto Superior Técnico

²Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Investigação e Desenvolvimento (INESC-ID)

³CerciOeiras

⁴CerciOeiras (em nome dos utentes)

⁵CerciOeiras (em nomes dos utentes)

O projeto "All Sustainable" teve como objetivo ensinar conceitos de sustentabilidade a pessoas com deficiência intelectual (PDI), promovendo a sua participação enquanto cidadãos mais conscientes e responsáveis.

 

Partindo da pergunta "Como podemos apoiar PDI a tornarem-se cidadãos mais sustentáveis?", investigadores do INESC-ID e utentes da Cerci Oeiras uniram esforços num processo de co-design. Em cinco sessões de cocriação com PDI, exploraram como gostariam de aprender, que desafios enfrentam na compreensão de temas ambientais e como os jogos sérios digitais poderiam ser ferramentas eficazes.

Com base nestes contributos, foi desenvolvido um jogo sério digital centrado na tomada de decisões sustentáveis em cenários do dia-a-dia. Após criada a primeira versão, os utentes testaram o jogo, identificando aspetos positivos, limitações e sugestões de melhoria. Foram também criados kits de treino com materiais pedagógicos, para apoiar o uso do jogo em contextos educativos.


Na fase final do projeto, realizou-se um workshop público de apresentação, outro para professores do ensino básico sobre como utilizar o jogo em sala de aula (com os utentes da Cerci como mentores) e sessões em escolas, onde crianças do 1.º ciclo exploraram temas como consumo responsável, cidadania ativa e gestão de recursos naturais através do jogo.

Embora concebido para pessoas com dificuldades cognitivas, o jogo revelou-se uma ferramenta pedagógica inclusiva, atualmente usada por crianças de diferentes idades, promovendo a educação para a sustentabilidade de forma lúdica e acessível. Está disponível online, gratuitamente, em: https://all-sustainable.inesc-id.pt/pt/home-pt/

"All Sustainable" é um projeto europeu financiado pelo programa Erasmus+, com parceiros em Portugal, Espanha, Itália e Roménia. Em Portugal, foi levado aos professores e escolas de Oeiras através do projeto Engenharia para Todos, com o apoio do Município de Oeiras.

 

Agradecimentos: Este trabalho só foi possível com o envolvimento ativo das PDI nas sessões de co-design a quem muito agradecemos: Carlos Ferreira, Vitor Borges, Nelson Monteiro, Ana Filipa Moreira, Vanessa Gonçalves, Adiela Sousa, Ricardo Lopes, Marco Correia, Liliana Silva, Manuela Moreira, Maria Adelaide, Ana Paula Magalhães, Gustavo Pinto, Nuno Cabral.

[E. Demonstração]

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Sessão de Pósteres e Demonstrações com Degustação de Pasteis de chícharo e prova de Villa Oeiras. O Apoio do Município de Alvaiázere apoia esta sessão.

• Competências de Sustentabilidade nos Currículos Europeus
  Ana Moura Santos Maria João Verdasca

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Competências de Sustentabilidade nos Currículos Europeus

Ana Moura Santos Maria João Verdasca

O principal objetivo deste trabalho é apresentar os resultados preliminares do projeto europeu INCLUSIVE FUTURE (Erasmus+, 2024-2026), focado no mapeamento comparativo da integração das competências de sustentabilidade, alinhadas aos ODS e ao referencial GreenComp, nos currículos de oito países parceiros (Bulgária, Finlândia, Grécia, Hungria, Portugal, Roménia, Espanha e Turquia). O poster destina-se a professores, decisores, formadores, investigadores, representantes de municípios e todos os interessados em educação para a sustentabilidade e ciência cidadã. O projeto caracteriza-se por uma análise documental dos currículos e políticas nacionais, complementada por focus groups realizados com professores, alunos e outros agentes educativos, destacando-se a experiência do Agrupamento de Escolas de Carnaxide apoiada pela Câmara de Oeiras. O trabalho identifica boas práticas, incluindo projetos de cidadania ativa suportados por autarquias – mas também evidencia lacunas: instrumentos de avaliação pouco desenvolvidos, necessidade de mais formação e maior articulação entre escolas, municípios e universidades.

O poster procura estimular o debate sobre estratégias para operacionalizar o GreenComp em contextos reais, como alargar parcerias locais para dar escala a práticas de ciência cidadã, e ainda sobre quais os obstáculos que subsistem na avaliação de competências e literacia de sustentabilidade. Destacam-se como recomendações: adotar o GreenComp como referência transversal na planificação curricular, reforçar o papel dos municípios na formação e financiamento de projetos inovadores, expandir redes entre escolas, universidades e autarquias, e criar métricas adaptadas à avaliação da sustentabilidade escolar.

Este trabalho convida à reflexão partilhada e ao envolvimento de toda a comunidade e pode ser seguido em inclusive-future.eu, onde também se encontram ligações úteis ao referencial GreenComp. 

O poster pretende inspirar novas colaborações, partilha de soluções, e fortalecer a rede de atores dedicados à promoção da sustentabilidade e da cidadania ativa através da educação.

Links para recursos:

inclusive-future.eu

GreenComp – European Sustainability Competence Framework

[A. Poster]

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• Co-design de infografias com e para doentes com Encefalite Autoimune
  Ana Vasconcelos Rita Maldonado Branco Susana de Noronha Sara Varela Amaral

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Co-design de infografias com e para doentes com Encefalite Autoimune

Ana Vasconcelos^1,2,3 , Rita Maldonado Branco⁴ , Susana de Noronha⁵ Sara Varela Amaral^2,3

¹Universidade de Coimbra, Instituto de Investigação Interdisciplinar (iiiUC), Programa Doutoral em Biologia Experimental e Biomedicina (PDBEB)

²CNC-UC – Centro de Neurociências e Biologia Celular, Universidade de Coimbra

³CiBB - Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia, Universidade de Coimbra

⁴Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura (ID+), Departamento de Comunicação e Arte, Universidade de Aveiro

⁵CIES-Iscte - Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Universitário de Lisboa (IUL)

O design de informação oferece oportunidades inovadoras de envolvimento da sociedade em temáticas científicas, contribuindo para aproximar a ciência das pessoas. À semelhança das ciências exatas e da vida, com maior expressão em projetos de ciência cidadã, também o design procura integrar princípios semelhantes, promovendo a participação da sociedade através de abordagens como o co-design. No co-design, as necessidades e perspetivas dos utilizadores são incorporadas de forma democrática e colaborativa.

Este projeto envolve os cidadãos em atividades de investigação científica (co-design) de uma forma colaborativa. Pretendemos explorar como desenhar informação sobre Encefalite Autoimune (EA) que contribua para uma comunicação eficaz com doentes e familiares. A EA é um grupo de doenças autoimunes cerebrais relativamente raras e tratáveis, mas altamente desconhecidas na população. Neste trabalho, envolvemos 2 grupos (médicos e doentes/familiares) em sessões de co-design para produzir infografias sobre EA. Esta abordagem tem 3 passos principais: 1) desenvolvimento de uma versão inicial das infografias; 2) sessões de co-design com médicos, para garantir que as infografias comunicam a mensagem pretendida ao público-alvo; 3) sessões de co-design com doentes/familiares para integrar as suas necessidades e experiências vividas.

Até ao momento, envolvemos médicos portugueses (n=21) em sessões de co-design, cujos contributos focaram-se na simplificação do conteúdo, de modo a potenciar a clareza da informação.

Neste projeto, a interdisciplinaridade criada entre a comunicação de saúde, a ciência cidadã e o design de informação, é uma abordagem inovadora no contexto português, especialmente focada numa doença grave, rara e complexa como a EA. 

No ENCC2025, pretendemos fomentar a discussão sobre os limites e as interseções entre a ciência cidadã e outras abordagens participativas frequentemente utilizadas noutras áreas do saber, tais como o design.

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• Cocriação de um Instrumento de Avaliação da Clareza na Comunicações em Saúde
  Iria Dobarrio Sanz Elaine Santana Sílvia Silva Conceição Alegre Fernanda Lanza Rosa Carla Gomes da Silva Filipa Ventura Cristina Verissimo José Manuel Hernández Padilla

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Cocriação de um Instrumento de Avaliação da Clareza na Comunicações em Saúde

Iria Dobarrio Sanz¹ , Elaine Santana¹ , Sílvia Silva² , Conceição Alegre³ , Fernanda Lanza^4,1 , Rosa Carla Gomes da Silva⁵ , Filipa Ventura² , Cristina Verissimo³ José Manuel Hernández Padilla⁶

¹Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

²Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem

³Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

⁴Universidade Federal de São João del-Rei (Brasil)

⁵Escola Superior de Enfermagem do Porto

⁶Universidad de Almería, Departamento de Enfermagem, Fisioterapia e Medicina

Antecedentes: A comunicação clara em saúde é essencial para garantir a compreensão da informação em saúde e promover a tomada de decisões informadas. No entanto, muitos dos instrumentos existentes para avaliar a clareza dos materiais de saúde não incorporam a perspetiva dos cidadãos no seu desenvolvimento.

Objetivo: Desenvolver um instrumento cocriado, adaptado ao contexto português, para medir a clareza e acessibilidade das comunicações em saúde, através de uma abordagem colaborativa que envolve investigadores, profissionais de saúde e cidadãos.

Métodos: O instrumento será desenvolvido em duas fases: (1) será realizada uma revisão da literatura para definir o construto e as variáveis-chave; (2) recorrendo a técnicas de consenso (grupos nominais e metodologia Delphi), a equipa cocriadora (investigadores, profissionais de saúde e cidadãos) desenvolverá colaborativamente o instrumento e validará qualitativamente as suas dimensões e itens. Os cidadãos envolvidos neste projeto, sob uma abordagem de coprodução, estão integrados como membros ativos da equipa de investigação, com participação efetiva na definição dos critérios e da estrutura do instrumento, sendo reconhecidos como parceiros na produção de conhecimento, em linha com os princípios da ciência cidadã

Conclusão: O instrumento cocriado permitirá avaliar a clareza das comunicações em saúde a partir de uma perspetiva centrada nos cidadãos. A sua implementação contribuirá para melhorar a acessibilidade e a eficácia dos materiais de saúde, promovendo estratégias de comunicação mais inclusivas e compreensíveis.

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• ENVOLVIMENTO DO CIDADÃO NA COCRIAÇÃO DE UM GUIÃO DE GRUPO FOCAL
  Fernanda Moura Lanza Elaine Santana Iria Sanz Júlia Esteves Assunção João Apóstolo Silvia Silva

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ENVOLVIMENTO DO CIDADÃO NA COCRIAÇÃO DE UM GUIÃO DE GRUPO FOCAL

Fernanda Moura Lanza^1,2,3 , Elaine Santana^2,3 , Iria Sanz^2,3 , Júlia Esteves Assunção¹ , João Apóstolo^2,3 Silvia Silva^2,3

¹Universidade Federal de São João del-Rei

²Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

³Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA:E)

Enquadramento teórico: a Ciência Cidadã (CC) rompe com os paradigmas tradicionais da investigação científica ao promover a participação ativa dos cidadãos em diferentes etapas do processo investigativo.

Objetivo: relatar a experiência de envolvimento de uma cidadã na cocriação de um guião de grupo focal em uma investigação na área da Enfermagem.

Descrição da experiência: no âmbito do projeto "A Implementação da Ciência Cidadã na Investigação em Enfermagem na UICISA:E", uma cidadã foi convidada a coconstruir o guião de grupo focal, técnica escolhida para a recolha de dados da pesquisa. A seleção da cidadã foi intencional, considerando sua experiência como cidadã em grupos de trabalho e processos decisórios em pesquisas clínicas na área da saúde. Inicialmente, a equipa de investigação elaborou uma primeira versão do guião e realizou um encontro virtual para apresentar os objetivos do estudo e discutir o roteiro com a cidadã. Durante a reunião, ela sugeriu alterações e propôs a inclusão de novos temas. A partir dessas contribuições, foi elaborada uma segunda versão, submetida por e-mail para reavaliação. A cidadã devolveu o documento com novas sugestões, que deram origem à versão final. Após a realização do primeiro grupo focal, ela recebeu feedback sobre a aplicação do guião e foi convidada a continuar colaborando nas etapas seguintes.

Impacto: o envolvimento da cidadã foi fundamental para alinhar o guião aos objetivos da investigação e ampliar a profundidade dos dados obtidos. A experiência proporcionou benefícios mútuos: para a equipa investigadora, maior sensibilidade às experiências do cidadão e oportunidades de aprendizagem; para a cidadã, além da oportunidade de aprendizagem, a valorização do seu contributo no campo científico.

Conclusão: este relato apresenta uma estratégia concreta de implementação da Ciência Cidadã numa investigação qualitativa em Enfermagem, com potencial para inspirar outros investigadores da área da saúde a adotar práticas semelhantes.

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• E SE EU FOSSE UM CIENTISTA? PERCEÇÕES DE IDOSOS SOBRE A CIÊNCIA CIDADÃ NA SAÚDE
  Elaine Santana Silvia Silva Joana Bernardo Rosa Silva Fernanda Lanza Iria Dobarrio Inga Donici Armando Silva Conceição Alegre

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E SE EU FOSSE UM CIENTISTA? PERCEÇÕES DE IDOSOS SOBRE A CIÊNCIA CIDADÃ NA SAÚDE

Elaine Santana¹ , Silvia Silva^2,1 , Joana Bernardo^3,1 , Rosa Silva^4,5,6 , Fernanda Lanza^7,8 , Iria Dobarrio⁸ , Inga Donici^9,10 , Armando Silva^9,8 Conceição Alegre^9,8

¹Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

²Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

³Escola Superior de Saúde Jean Piaget

⁴na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

⁵Escola de Enfermagem da Universidade do Porto

⁶RISE-Health

⁷Universidade Federal de São João Del Rei, Minas Gerais, Brasil

⁸Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

⁹Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

¹⁰Casa de Saúde Santa Filomena

O envolvimento dos cidadãos na investigação é uma premissa central da Ciência Cidadã (CC). No entanto, na área da saúde, especialmente na enfermagem e em Portugal, este princípio ainda é pouco explorado. Nesse sentido, torna-se essencial analisar as questões associadas ao envolvimento, especialmente sob a perspetiva dos próprios cidadãos, no sentido de serem identificadas e compreendidas as barreiras e os facilitadores deste processo. Este estudo teve como objetivo explorar as perceções e expectativas de cidadãos idosos sobre o envolvimento na investigação científica, partindo de uma experiência extensionista de promoção da literacia científica e em saúde. Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, realizado com oito pessoas idosas da comunidade, com análise temática dos dados recolhidos em grupo focal. Os resultados evidenciaram três dimensões principais: (i) a perceção do envolvimento como uma ação de voluntariado, (ii) as motivações para envolverem-se, e (iii) os desafios e condições necessárias a este envolvimento. Os participantes destacaram o desejo de contribuir socialmente, manterem-se ativos, partilharem saberes e aprenderem, reconhecendo o envolvimento como algo positivo. As falas revelam ainda que a forma como os cidadãos se percecionam nos projetos (enquanto colaboradores ou parceiros) influencia positivamente o sentimento de pertença e o compromisso com a ciência. Destaca-se também o papel da comunicação acessível e da formação como fatores-chave para promover o envolvimento efetivo. A originalidade deste trabalho reside na escuta ativa de cidadãos idosos sobre o seu potencial envolvimento em projetos de investigação. Ao tornar visíveis as suas perceções e motivações, o estudo oferece contributos valiosos para o desenvolvimento de uma ciência mais inclusiva, acessível e ajustada à realidade desta população. Os dados apresentados contribuem para uma reflexão crítica sobre como aproximar ciência e comunidade. 

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• Lixo meu, lixo do mar, o que andamos a encontrar
  Diana Tuna Ana Costa Jorge Cardoso Cláudia Dias Vânia Freitas Sandra Ramos

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Lixo meu, lixo do mar, o que andamos a encontrar

Diana Tuna¹ , Ana Costa¹ , Jorge Cardoso^1,2 , Cláudia Dias¹ , Vânia Freitas^1,3 Sandra Ramos^1,3,4

¹CMIA, Centro de Monotorização e Intrepretação Ambiental de Matosinhos, Rua de Alfredo Cunha, 4454-510 Matosinhos, Portugal

²Faculdade de Ciências da universidade do Porto, Rua do Campo Alegre, s/n, 4169-007 Porto, Portugal

³CIIMAR/CIMAR LA, Interdisciplinary Centre of Marine and Environmental Research, University of Porto, Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, 4450-208 Matosinhos, Portugal

⁴Biology Department, Sciences Faculty, Porto University, Rua do Campo Alegre, s/n, 4169-007 Porto, Portugal

O Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA) de Matosinhos, enquanto entidade dedicada à divulgação científica, promoção da literacia do oceano, monitorização e educação ambiental, pretende promover a consciencialização e chamada à ação da população para o problema do lixo marinho. Neste contexto, em novembro de 2021, criámos um projeto de ciência cidadã focado na monitorização do lixo marinho na praia de Matosinhos, uma das principais praias da área metropolitana do Porto. Esta praia urbana, de elevada afluência ao longo do ano e sujeita a medidas de mitigação como a limpeza diária do areal e aporte de areia, tornam-na um caso de estudo relevante para compreender os padrões de deposição e persistência de lixo em zonas costeiras urbanas. A monitorização do lixo marinho é realizada mensalmente, seguindo a metodologia padronizada do programa de monitorização do lixo marinho da Convenção Para a Proteção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste  (OSPAR)  e inclui a quantificação e classificação das 12 categorias de lixo aí descritas. Desde 2024, os dados recolhidos integram o “Programa de monitorização do macrolixo marinho em praias de Portugal continental” da Agência Portuguesa do Ambiente, ao abrigo da implementação da Diretiva-Quadro da Estratégia Marinha, contribuindo para o cumprimento do Descritor 10 - Lixo marinho.

Os principais objetivos do projeto, além de monitorização do lixo marinho, são aumentar a literacia sobre o tema, promovendo a observação direta dos resíduos mais frequentes e uma reflexão sobre as suas origens e o estímulo à adoção de comportamentos mais sustentáveis. Ao longo destes 4 anos, a iniciativa contou com a participação de  693 cidadãos,  com idades compreendidas entre os 11 e os 60 anos, contabilizados até junho de 2025. O público-alvo principal são jovens em contexto escolar, que ao participarem ativamente nas campanhas de monitorização, têm o seu primeiro contacto com metodologias científicas e desenvolvem competências em análise e interpretação de dados, articuladas com conteúdos curriculares. Estes jovens tornam-se também agentes multiplicadores da mensagem ambiental nas suas comunidades. 

 

[A. Poster]

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• Diagnosticar Agentes Patogénicos em Água: Jovens Cientistas em Ação
  Hélia Sales Pedro Pedrosa Maria João Leão Elisabete Brigadeiro Ana Paula Arez Hélia Sales Isabel Craveiro Eduardo Coelho Gonçalo Doria Orfeu Flores Cristina Dias Cristina Sardinha

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Diagnosticar Agentes Patogénicos em Água: Jovens Cientistas em Ação

Hélia Sales¹ , Pedro Pedrosa¹ , Maria João Leão¹ , Elisabete Brigadeiro² , Ana Paula Arez³ , Hélia Sales , Isabel Craveiro³ , Eduardo Coelho⁴ , Gonçalo Doria⁴ , Orfeu Flores⁴ , Cristina Dias⁵ Cristina Sardinha⁵

¹ITQB NOVA – Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, Universidade Nova de Lisboa

²Câmara Municipal de Oeiras

³Global Health and Tropical Medicine, GHTM, Associate Laboratory in Translation and Innovation Towards Global Health, LA-REAL, Instituto de Higiene e Medicina Tropical, IHMT, Universidade NOVA de Lisboa, UNL

⁴STAB VIDA

⁵Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos

O projeto DxHub, financiado pela União Europeia, visa criar um Centro de Excelência dedicado a desenvolver soluções inovadoras de diagnóstico rápido para doenças infeciosas, baseado na abordagem de Uma Só Saúde. Ao ligar academia, empresas, comunidades e governo, o projeto promoverá a cooperação entre Creta e Oeiras, potenciando investigação, inovação e melhores resultados na área da saúde.

No âmbito do DxHub, no ano letivo 2025/26, será implementado um projeto de ciência cidadã no Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos, envolvendo duas turmas do 7º ano. O objetivo é envolver os alunos em práticas científicas reais ligadas à análise de agentes patogénicos em amostras de água, aumentando a literacia científica em saúde.

O projeto será desenvolvido no âmbito do Projeto de Cidadania e Desenvolvimento (PCD), com uma componente teórica incluída nas disciplinas que integrarão o PCD e uma prática no Clube de Ciência da Escola. Os alunos serão acompanhados por colegas do ensino secundário, membros do mesmo clube, que atuarão como mentores após formação sobre diagnóstico de doenças infeciosas com testes rápidos e portáteis, em parceria com a STAB VIDA. Esta mentoria entre pares reforçará competências de colaboração, pensamento crítico e autonomia.

A estrutura curricular será definida com os docentes da Escola, articulando o programa letivo com os temas científicos abordados no projeto. Está previsto o envolvimento de investigadores de instituições parceiras do DxHub. A avaliação de impacto será feita através de um questionário aplicado antes e após as atividades, medindo a evolução dos conhecimentos e perceções dos alunos.

No final do projeto, os alunos apresentarão os resultados à comunidade escolar, produzirão um relatório com recomendações ao Município de Oeiras e poderão participar numa Assembleia de Cidadãos no âmbito do DxHub, promovendo o diálogo intergeracional e a participação democrática na ciência. Pretende-se também que os alunos sejam embaixadores do projeto em eventos como a Noite Europeia dos Investigadores, prolongando o envolvimento com a ciência para além da sala de aula.

Ao envolver os alunos em temas ligados à sua comunidade e ao conceito de Uma Só Saúde, o projeto visa promover a participação na ciência e inspirar uma nova geração de cidadãos informados, participativos e conscientes dos desafios em saúde.

[A. Poster]

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• Projeto SmartMeds: Inovação em Adesão Medicamentosa para Idosos
  Gisela Bitencourt Florido

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  Projeto SmartMeds
  

Projeto SmartMeds: Inovação em Adesão Medicamentosa para Idosos

Gisela Bitencourt Florido

O projeto SmartMeds pretende enfrentar o desafio da baixa adesão medicamentosa entre idosos em Portugal, um problema que afeta a eficácia terapêutica e aumenta os custos do sistema de saúde. Estudos nacionais apontam que cerca de 45% dos idosos polimedicados apresentam baixa adesão ao tratamento, e mais de 75% não seguem integralmente as prescrições (Acta Farmacêutica Portuguesa, 2022; Egitania Ciência, 2021).

O SmartMeds será desenvolvido como uma iniciativa de ciência cidadã, em que idosos, cuidadores, farmacêuticos e comunidades locais participarão ativamente na cocriação, teste e avaliação da solução. O projeto propõe o desenvolvimento de uma caixa inteligente de gestão medicamentosa, composta por diversas gavetas automatizadas, cada uma correspondente a um horário específico de toma. O farmacêutico programará e abastecerá a caixa de acordo com a prescrição médica. Quando chega a hora do medicamento, um alarme sonoro e visual é acionado, e a gaveta correspondente abre automaticamente, contendo todos os comprimidos necessários para aquele momento. Caso o idoso não realize a toma, o sistema enviará alertas automáticos para cuidadores ou familiares.

Esta abordagem visa reduzir esquecimentos, erros de dosagem e duplicação de medicamentos, promovendo maior segurança e autonomia ao idoso.

A comunidade será envolvida em todas as etapas do projeto, desde a definição das necessidades locais e validação dos protótipos, até à recolha e análise dos dados de adesão.

A metodologia combinará Design Thinking, Service Design e Change Management, promovendo a inclusão digital, com versões simplificadas e apoio presencial através de farmácias comunitárias e voluntários locais.

Pretende-se que o SmartMeds se torne um modelo participativo e replicável de ciência cidadã em saúde pública, unindo tecnologia, solidariedade e envelhecimento ativo.

[A. Poster]

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Projeto SmartMeds


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• Conhecimento sobre ciência cidadã entre pesquisadores da enfermagem.
  Jéssica Silva Brunoni Maria Simone de Menezes Alencar Rosa Silva

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  Resumo_C...Portugal
  

Conhecimento sobre ciência cidadã entre pesquisadores da enfermagem.

Jéssica Silva Brunoni¹ , Maria Simone de Menezes Alencar¹ Rosa Silva²

¹Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

²Escola Superior de Enfermagem do Porto

A ciência cidadã (CC) tem se destacado como uma estratégia inovadora para democratizar a produção de conhecimento científico, promovendo o envolvimento de cidadãos não especialistas em diferentes fases da pesquisa. Na enfermagem, essa abordagem pode potencializar práticas mais participativas, alinhadas ao cuidado centrado no cidadão e à valorização de saberes diversos. Este estudo tem como proposta uma tese de doutoramento em desenvolvimento com o objetivo investigar o conhecimento, percepções e experiências de pesquisadores de enfermagem, brasileiros e portugueses, sobre iniciativas de CC aplicadas à saúde, com foco em suas potencialidades e desafios para a prática profissional. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, com coleta de dados por meio de grupos focais compostos por docentes-pesquisadores da área de enfermagem de universidades do Brasil e de Portugal. A seleção dos participantes será intencional, considerando critérios de atuação acadêmica e experiência em pesquisa. Os encontros serão realizados de forma presencial, com roteiro semiestruturado previamente validado. Os dados obtidos serão transcritos e analisados à luz da técnica de análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin. Espera-se que os resultados contribuam para a compreensão das barreiras e das oportunidades de incorporação da CC na pesquisa em enfermagem, além de fortalecer o debate sobre práticas científicas mais inclusivas, colaborativas e culturalmente sensíveis. A colaboração entre pesquisadores de dois contextos socioculturais distintos — Brasil e Portugal — permitirá uma análise comparativa rica, favorecendo o intercâmbio de experiências e perspectivas. Isso ampliará o potencial de aplicação da CC em diferentes realidades, enriquecendo as estratégias de engajamento comunitário e cocriação do conhecimento em saúde.A avaliação do impacto desta pesquisa considera a capacidade de revelar o grau de familiaridade e abertura dos pesquisadores da enfermagem à ciência cidadã, além de evidenciar barreiras e oportunidades concretas para sua aplicação em contextos de saúde. Pretende-se estimular o desenvolvimento de estratégias institucionais e políticas públicas que promovam práticas mais colaborativas, inclusivas e voltadas às necessidades reais das comunidades.

[A. Poster]

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• Ciência cidadã na monitorização da poluição por microplásticos na Baía de Maputo
  ALFREDO PEDRO MABICA Maria do Amparo Ferreira Faustino Ana Aguiar Ricardo José Luís da Silva Araújo

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  RESUMO CORRIGID...-CIENCIA CIDADAÞ versao final
  

Ciência cidadã na monitorização da poluição por microplásticos na Baía de Maputo

ALFREDO PEDRO MABICA¹ , Maria do Amparo Ferreira Faustino¹ , Ana Aguiar Ricardo² José Luís da Silva Araújo³

¹Departamento de Química- Universidade de Aveiro

²Departamento de Química- Universidade NOVA de Lisboa

³Departamento de Educação e Psicologia- Universidade de Aveiro

A poluição por microplásticos (MP) constitui uma ameaça crescente aos ecossistemas marinhos e às comunidades costeiras, representando um desafio particular na Baía de Maputo, Moçambique. Este projeto tem como objetivos (i) quantificar e caracterizar a presença de MP nas águas da baía, (ii) identificar estratégias locais de mitigação, e (iii) conhecer as perceções e práticas ambientais de atores sociais, de modo a propor recomendações baseadas em evidências para a mitigação da poluição das águas da baía de Maputo. O público-alvo incluirá as comunidades costeiras, agentes turísticos, representantes municipais e estudantes do ensino secundário e superior. Estes últimos serão envolvidos sobretudo como participantes em ações educativas de promoção da sustentabilidade ambiental. Este projeto de investigação será conduzido em duas vertentes complementares. Na vertente de Química Analítica Ambiental, serão recolhidas amostras de água na baia de Maputo, aplicando-se para tal protocolos internacionais de recolha de amostras para análise da contaminação por MP, as quais, após análise quantitativa dos MP por microscopia ótica, serão analisadas por espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) para determinação do tipo de MP presentes. Na vertente socioeducativa, serão realizadas entrevistas semiestruturadas às comunidades e outros atores locais, além da aplicação de questionários a estudantes, para conhecer as perceções, atitudes e práticas relacionadas com a utilização, reuso e descarte do plástico no contexto da poluição marinha. O impacto deste projeto será avaliado pela integração de dados laboratoriais analíticos com os dados sociais, permitindo gerar conhecimento científico robusto e, ao mesmo tempo, fortalecer a literacia ecológica e a mobilização comunitária. Sessões de devolução e co-construção de soluções serão promovidas para estimular o diálogo entre ciência, sociedade e políticas públicas. O projeto pretende inspirar debate no seio da comunidade de ciência cidadã sobre o papel da integração entre dados científicos e contributos sociais, reforçando a relevância da participação comunitária na gestão sustentável dos ecossistemas costeiros.

 

[A. Poster]

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RESUMO CORRIGID...-CIENCIA CIDADAÞ versao final


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• Memória migrante: arquivos de comunidades de migrantes e refugiados em Portugal
  Rita Sampaio da Nóvoa Maria de Lurdes Rosa José Mapril

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Memória migrante: arquivos de comunidades de migrantes e refugiados em Portugal

Rita Sampaio da Nóvoa^1,2 , Maria de Lurdes Rosa^1,2 José Mapril³

¹Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa

²Laboratório Associado IN2PAST

³Centro em Rede de Investigação em Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa

Esta proposta tem como objetivo apresentar um projeto de ciência cidadã ainda em fase inicial de desenvolvimento no âmbito do Instituto de História Contemporânea da NOVA FCSH e do IN2PAST, com foco nos arquivos de comunidades de migrantes e refugiados em Portugal. Este projeto pretende avaliar de que forma a criação e manutenção de arquivos por parte de comunidades de migrantes e refugiados contribui, entre outros aspetos, para a integração nos países de acolhimento, para o reforço de um sentimento de comunidade ou para a proteção e reivindicação de direitos sociais. Tal avaliação só é possível em colaboração estreita com as próprias comunidades, visto ser exclusivamente sua a decisão sobre a pertinência da criação de um arquivo, sobre o que constitui um arquivo (físico, digital, integrando papéis, fotografias, materiais audiovisuais, histórias orais, objetos, cerimónias, etc), sobre a disponibilização e acesso à informação, ou sobre os usos e funções que lhe são atribuídos.

O poster destina-se a cientistas, cientistas cidadãos, organizações que devolvem trabalho com grupos de migrantes e refugiados, membros de comunidades de migrantes e refugiados e a coletivos ou indivíduos que se interessem por arquivos de comunidades. Será organizado a partir dos seguintes pontos:

- discussão do conceito de arquivo de comunidade;

- apresentação de exemplos internacionais de arquivos de comunidades de migrantes e refugiados;

- avaliação preliminar do estado dos arquivos de comunidades de migrantes e refugiados em Portugal;

- discussão de estratégias possíveis para a promoção da criação e manutenção de arquivos junto das comunidades;

- identificação dos principais desafios.

Espera-se que esta reflexão possa contribuir para a sensibilização sobre a importância dos arquivos de comunidade, não só no âmbito dos grupos de migrantes e refugiados, mas também em outros contextos, como, por exemplo, associações locais ou culturais, movimentos ativistas, etc. Espera-se também estimular o diálogo em torno do “direito ao arquivo” e dos problemas associados à subrepresentação ou ausência de informação sobre certos grupos nas instituições de memória públicas, sublinhando o papel do arquivo como ferramenta de integração, inclusão e transparência democrática, e como arma no combate à desigualdade, desinformação e injustiça social.

[A. Poster]

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• Compostagem urbana como instrumento de inclusão social e coesão em Lisboa
  Sérgio Chilaule

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  Resumo_Encontro Ciência cidadã_Revisto
  

Compostagem urbana como instrumento de inclusão social e coesão em Lisboa

Sérgio Chilaule¹

¹Núcleo de Sensibilização Ambiental (NSA)/Direção Municipal de Higiene Urbana(DMHU)/Câmara Municipal de Lisboa (CML)

Atualmente, a gestão sustentável dos resíduos orgânicos é um dos maiores desafios ambientais nas áreas urbanas, especialmente face ao crescimento da produção de resíduos e à necessidade de cumprimento das metas europeias de economia circular. Grande parte dos resíduos produzidos em espaços urbanos como restos de alimentos, folhas secas, cascas de frutas, legumes e outros materiais orgânicos são classificados como biorresíduos e representam cerca de 40% dos resíduos urbanos sólidos indiferenciados. Neste trabalho é elucidado o papel dos munícipes da cidade de Lisboa no processo de gestão e valorização deste tipo de resíduos, permitindo a sua transformação em composto, um fertilizante natural rico em nutrientes. Através de uma abordagem participativa, 1 354 cidadãos têm sido envolvidos em projetos de compostagem doméstica e comunitária, contribuindo ativamente para a recolha de dados, monitorização dos processos biológicos e disseminação de boas práticas ambientais. O estudo baseia-se na análise de programas municipais, como o “Lisboa a Compostar”, e em dados obtidos por plataformas colaborativas, entrevistas, experiências piloto em escolas, hortas urbanas e bairros residenciais, programas de sensibilização ambiental e observações em campo. Os resultados preliminares apontam benefícios ambientais significativos, como a redução de resíduos orgânicos para inceneração e de emissões de gases com efeito de estufa, desenvolvimento de competências científicas básicas sobre o ciclo da matéria orgânica e práticas de compostagem com produção de cerca de 852 toneladas/ano de composto, bem como o impacto social da participação cidadã no fortalecimento do senso de responsabilidade ecológica. A integração dos munícipes em estratégias de gestão de resíduos revela-se uma ferramenta poderosa para a transição ecológica urbana, fomentando a educação ambiental, a coesão social e a inovação local, onde cidadãos, ciência e políticas públicas convergem para um futuro mais circular.
Palavras-chave: Lisboa; Biorresíduos; Compostagem urbana; Participação pública; Economia circular

 

[A. Poster]

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• Vamos Integrar a Sustentabilidade nas Escolas da UE
  Ana Moura Santos Olavo Dinis

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Vamos Integrar a Sustentabilidade nas Escolas da UE

Ana Moura Santos¹ Olavo Dinis²

¹Instituto Superior Técnico (IST), Universidade de Lisboa

²Adjunto do Diretor, Coordenador do C4 - Clube Crescer com Ciência Professor de Ciências Naturais (Biologia e Geologia) Agrupamento de Escolas de Carnaxide

No âmbito do projeto europeu Erasmus+ Inclusive Future (https://inclusive-future.eu/), esta apresentação destaca a atividade WP2.5, que tem como objetivo principal o desenvolvimento de um modelo pedagógico inclusivo para o ensino, aprendizagem e avaliação das competências de sustentabilidade nas escolas. Esta atividade pressupõe a produção e avaliação interna de um curso online (MOOC) dirigido a diretores escolares e educadores, que visa apoiar a implementação do modelo pedagógico inclusivo proposto.

Enquanto cientistas cidadãos e cidadãs, docentes de vários níveis escolares participam ativamente em várias fases do processo de investigação: colaboram no levantamento de boas práticas e no mapeamento do estado da arte, fornecendo contributos fundamentais que enriquecem e validam o modelo. Além disso, prestam testemunho nas entrevistas para o MOOC, partilhando as suas boas práticas pedagógicas, de forma a inspirar outros educadores, tornando o curso mais próximo da realidade escolar.

O MOOC será composto por conteúdos diversificados e acessíveis, incluindo as entrevistas com especialistas e professores, múltiplas atividades interativas e recursos práticos, garantindo a acessibilidade e a adaptação a diferentes contextos educacionais e perfis de aprendizagem.

Neste momento, inicia-se a fase piloto (fim 2025/início 2026), que requer o envolvimento ativo de stakeholders — professores, diretores, pessoal escolar e família — para testar, validar e adaptar o MOOC às realidades escolares. Esta colaboração, entendida como ciência cidadã em contexto educativo, é essencial para garantir que o curso resulte relevante, acessível e eficaz. O MOOC será depois adaptado para as plataformas digitais dos parceiros do projeto e disponibilizado em vários idiomas, ampliando o seu alcance e impacto europeu.

Convidamos a audiência a juntar-se à coordenadora do projeto e a um professor do ensino secundário no papel de cientista cidadão, contribuindo para a construção de uma educação mais inclusiva e sustentável, onde professores desempenham um papel central na produção de conhecimento e no fortalecimento das escolas enquanto agentes de transformação social e ambiental.

[C. Comunicação em Pares]

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• Ciência Cidadã e Vigilância Participativa em Saúde Pública: Gripenet
  Verónica Gómez Ana Paula Ambrósio Rodrigues Vânia Gaio

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Ciência Cidadã e Vigilância Participativa em Saúde Pública: Gripenet

Verónica Gómez¹ , Ana Paula Ambrósio Rodrigues¹ Vânia Gaio²

¹Unidade de Observação e Vigilância - Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge

²Unidade de Investigação Epidemiológica - Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge

Diante da crescente complexidade dos desafios em saúde pública — especialmente no campo das doenças infeciosas — torna-se fundamental repensar as formas de colaboração entre ciência e sociedade. Os Projetos de ciência cidadã, que envolvem os cidadãos nos processos científicos, contribuindo com dados, observações e reflexões, têm permitido dar resposta a estas necessidades.

O Gripenet é um sistema de vigilância participativa em saúde, focado na monitorização de doenças respiratórias como a gripe e a COVID-19. Foi estabelecido em Portugal pelo Instituto Gulbenkian de Ciência em 2005 e está integrado no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge desde 2015. É um dos parceiros da rede europeia Influenzanet — ativa desde 2009 e atualmente coordenada pelo ISI Foundation — o Gripenet recolhe dados reportados por cidadãos, em tempo real, complementando os sistemas tradicionais de vigilância epidemiológica.

O Gripenet permite estimar a incidência de infeções respiratórias, incluindo casos não captados pelos serviços de saúde, e tem como pilar o envolvimento direto da sociedade civil.

A participação é voluntária, feita através do registo numa plataforma on-line com questionário inicial e relatos semanais de sintomas. As informações são anonimizadas, respeitando a privacidade dos participantes. A plataforma contribui ainda para a promoção da literacia em saúde e combate à desinformação, através de conteúdos explicativos e feedback direto.

Entre os desafios, destacam-se o viés de autosseleção, a sub-representação de certos grupos e limitações inerentes a dados autorreportados. Ainda assim, o Gripenet representa uma inovação relevante, promovendo maior literacia em saúde, apropriação do conhecimento pelos cidadãos e um canal de diálogo entre ciência e sociedade.

Esta apresentação é co-apresentada com a perspetiva técnico-científica da plataforma Gripenet — incluindo a sua evolução e novidades — pela equipa responsável e por uma cidadã-cientista, utilizadora da plataforma desde 2016, que atualmente trabalha em investigação em epidemiologia e saúde pública, colaborando num sistema de vigilância tradicional.

A audiência conhecerá uma ferramenta inovadora de ciência cidadã em saúde, com perspetivas técnicas e práticas, inspirando novas colaborações e promovendo literacia e envolvimento cívico.

[C. Comunicação em Pares]

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• "A Geosite of My Own": ciência cidadã para a conservação do património geológico
  Lucas Cezar Fábio Loureiro Emanuel de Castro Lara Fonseca Eduardo Gonçalves Diogo Santos Gonçalo Vieira

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"A Geosite of My Own": ciência cidadã para a conservação do património geológico

Lucas Cezar¹ , Fábio Loureiro¹ , Emanuel de Castro¹ , Lara Fonseca² , Eduardo Gonçalves³ , Diogo Santos³ Gonçalo Vieira³

¹Estrela Geopark Mundial da UNESCO

²Agrupamento de Escolas de Manteigas

³Instituto de Geografia e Ordenamento do Território - Universidade de Lisboa

Os Geoparques Mundiais da UNESCO utilizam o património geológico como base para estratégias de desenvolvimento sustentável. A sensibilização das populações para a geodiversidade e a monitorização eficaz em territórios extensos são desafios recorrentes, dada a complexidade dos conceitos geológicos e a limitação de recursos técnicos. A ciência cidadã surge como ferramenta estratégica, permitindo a participação ativa de diferentes públicos na conservação e valorização do território, reforçando a vigilância, gerando conhecimento e promovendo o sentido de pertença e corresponsabilidade.
O projeto “A Geosite of My Own”, desenvolvido no Estrela Geopark Mundial da UNESCO, integra estudantes, residentes e turistas na monitorização participativa de geossítios através de uma aplicação móvel, conectada a um backoffice que reúne relatórios à equipa de geoconservação. A estratégia de envolvimento assenta em duas frentes. No setor educativo, mobilizam-se comunidades escolares com sessões em sala, visitas de campo, adoção de geossítios, experiências de arte-ciência e uso da aplicação, criando múltiplos pontos de contacto com o património. No setor turístico, parceiros do Estrela Geopark — alojamento e restauração — atuam como mediadores e embaixadores, incentivando os visitantes a participar. A aplicação inclui recursos de gamificação, atribuindo pontos e recompensas oferecidas pelas empresas parceiras, valorizando o contributo dos utilizadores e reforçando o papel do setor privado na preservação do património natural.
Na fase piloto (2024/2025), com apoio do UNESCO Regional Bureau for Science and Culture in Europe e da abrdn Charitable Foundation, participam 74 alunos de duas escolas, com a adoção de três geossítios, além de 154 parceiros turísticos e respetivos clientes. O projeto evidencia o potencial da ciência cidadã para envolver sociedade civil e setor empresarial na gestão participativa e sustentável do património geológico, com capacidade de replicação noutros territórios.

[C. Comunicação em Pares]

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• Ciência + Cidadã – Programa Inovador de Cidadania Ativa na Ciência
  Maria João Leão Giovanna Dellarole Elisabete Brigadeiro Inês Sardinha Bruna Henriques Maria José Amândio Cientistas Cidadãos do Programa Ciência mais Cidadã Grupo de investigadores do Programa Ciência + Cidadã Grupo de colaboradores do Município de Oeiras

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Ciência + Cidadã – Programa Inovador de Cidadania Ativa na Ciência

Maria João Leão¹ , Giovanna Dellarole¹ , Elisabete Brigadeiro² , Inês Sardinha¹ , Bruna Henriques¹ , Maria José Amândio¹ , Cientistas Cidadãos do Programa Ciência mais Cidadã , Grupo de investigadores do Programa Ciência + Cidadã Grupo de colaboradores do Município de Oeiras

¹ITQB NOVA

²Município de Oeiras

O Programa Ciência + Cidadã (C+C), inserido na estratégia “Ciência Aberta a Oeiras”, promove a participação ativa de cidadãos em investigação científica. O objetivo é fortalecer a cidadania científica, permitindo que pessoas de diferentes idades e contextos contribuam para projetos científicos e para a produção de conhecimento.

O C+C incentiva a cocriação de conhecimento de forma inclusiva e equitativa, cruzando ciência, educação e arte, e apoiando processos de consulta pública baseados em evidência científica. O programa é coordenado pelo ITQB NOVA em estreita colaboração com o Município de Oeiras e estabelece parcerias com instituições científicas, ONGs, escolas, empresas e outros agentes locais, desenvolvendo projetos transdisciplinares, intergeracionais e inclusivos.

Atualmente, decorrem onze projetos de ciência cidadã no âmbito do C+C em áreas como a agricultura sustentável, microbiologia, saúde, ambiente e alterações climáticas, incluindo o Oeiras Experimenta (agroecossistemas), o MicroMundo@Oeiras (resistência a antibióticos), a Árvore de Carbono (qualidade do ar), Microbioma Comunidade Portugal e SCAR (microbiota intestinal), SEAMIC (contaminação microbiana em zonas costeiras), Fungos: Amigos ou Inimigos e SOILED (biodiversidade de fungos e biodegradação de plásticos), PneumoFam (saúde respiratória) e parcerias com os projetos Sombra para Todos (prevenção do cancro de pele) e DXHub (detecção de agentes patogénicos na água).

O programa já envolveu mais de 25 investigadores, 400 cientistas cidadãos e 2.500 participantes em atividades públicas, resultando em publicações científicas, prémios e financiamentos nacionais e europeus, incluindo projetos de mestrado e doutoramento em ciência cidadã.

Nesta sessão a pares, a coordenadora Maria João Leão e a cientista cidadã e embaixadora Giovanna Dellarole apresentarão, em storytelling e narrativa inversa, os desafios, estratégias de envolvimento e impactos do C+C, partilhando testemunhos reais, boas práticas e lições aprendidas. O objetivo é mostrar como a participação ativa dos cidadãos potencia a investigação científica e inspira novas colaborações entre sociedade civil, academia, setor político e empresas.

[C. Comunicação em Pares]

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• Ciência cidadã no contexto municipal: a experiência do GelAvista no litoral
  Antonina dos Santos Alexandra D. Silva Luísa Costa Mafalda Freitas Felisbela Brás

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  ENCC 2025_resumo GelAvist..._revista
  

Ciência cidadã no contexto municipal: a experiência do GelAvista no litoral

Antonina dos Santos^1,2 , Alexandra D. Silva^1,2 , Luísa Costa³ , Mafalda Freitas³ Felisbela Brás⁴

¹Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA)

²Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR)

³Estação de Biologia Marinha do Funchal

⁴Câmara Municipal de Almada

O GelAvista é um projeto de ciência cidadã que monitoriza organismos gelatinosos em Portugal desde 2016. Tem contribuído para aumentar o conhecimento científico e a literacia sobre ecossistemas marinhos, contando com mais de 3500 observadores. Além da comunidade de cidadãos que regularmente participa no desenvolvimento do projeto, os municípios litorais têm sido importantes colaboradores, apoiando a colocação de cartazes informativos junto às praias, com dados sobre espécies gelatinosas, primeiros cuidados em caso de contacto com organismos urticantes e instruções sobre como colaborar com o projeto. Têm ainda sido desenvolvidas várias iniciativas de divulgação científica, destacando-se as colaborações com os municípios de Almada, Angra do Heroísmo, Funchal e Viana do Castelo. Embora os cartazes GelAvista estejam apenas em português, tem-se verificado um aumento de contribuições por parte dos turistas, sobretudo nos Açores, Madeira e Algarve, inclusive fora da época balnear. Encontra-se em desenvolvimento uma versão bilingue do cartaz, para facilitar o envolvimento da comunidade internacional. As atividades de literacia científica, como o Dia GelAvista, o Encontro GelAvista e diversas palestras têm contado com o apoio de vários municípios. Como exemplo, destacam-se as atividades em curso com o município de Almada, em particular com a sua rede de bibliotecas. A colaboração com as câmaras municipais tem sido positiva e essencial para a disseminação do projeto, embora por vezes limitada por restrições orçamentais. Ainda é difícil avaliar o impacto concreto destas ações em termos de participação cidadã ou mudança de comportamento, mas estão a ser definidos indicadores-chave de desempenho que permitam uma avaliação mais rigorosa. Estas iniciativas têm demonstrado potencial para aumentar o conhecimento público sobre as espécies e os ecossistemas marinhos, reforçando a visibilidade do projeto e objetivos. Nesta comunicação, Antonina dos Santos, enquanto coordenadora do projeto GelAvista, e Felisbela Brás, representante de autarquia parceira, partilharão exemplos concretos destas colaborações e refletirão sobre os desafios e oportunidades de fortalecer parcerias entre ciência cidadã e autarquias, com vista à construção de comunidades mais informadas e participativas na proteção do oceano.

[C. Comunicação em Pares]

Ficheiros

ENCC 2025_resumo GelAvist..._revista


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• Micromundo: Ciência Cidadã na procura de soluções para a resistência microbiana
  Bruna Henriques Ana Chioto Filipa Grosso Luísa Peixe Ana Silva Marta Santos Paulo Durão Pedro Matos Pereira Maria José Amândio Elisabete Brigadeiro Maria João Leão

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Micromundo: Ciência Cidadã na procura de soluções para a resistência microbiana

Bruna Henriques¹ , Ana Chioto¹ , Filipa Grosso² , Luísa Peixe² , Ana Silva¹ , Marta Santos¹ , Paulo Durão¹ , Pedro Matos Pereira¹ , Maria José Amândio³ , Elisabete Brigadeiro³ Maria João Leão¹

¹ITQB NOVA

²UCIBIO-Faculdade de Farmácia, Universidade do Porto

³Município de Oeiras

O MicroMundo@Oeiras é um projeto de ciência cidadã integrado na rede internacional Tiny Earth, que responde ao desafio global da resistência aos antimicrobianos (AMR), uma das maiores ameaças à saúde pública. Resultante do uso inadequado de antibióticos e da escassez de novos fármacos, há uma urgência na descoberta de novas soluções. Os microrganismos do solo são uma fonte de antibióticos, mas o seu estudo exige recursos humanos e financeiros significativos.
Neste contexto, o MicroMundo oferece formação estruturada a estudantes do ensino secundário, e universitário, transformando-os em verdadeiros cientistas cidadãos. Através de protocolos detalhados, os alunos definem o local de amostragem, fazem a recolha de amostras de solo, e realizam ensaios de antibiose e resistência bacteriana. A participação dos mesmos nas várias etapas de investigação promove a confiança na ciência e demonstra que esta pode ser inclusiva, participativa e socialmente relevante.
Em Portugal, a iniciativa começou em 2018 no Porto (MicroMundo@UPorto), onde já foram analisadas 200 amostras e identificadas 80 bactérias com atividade antimicrobiana. Em 2024, expandiu-se para Oeiras, no âmbito do Programa Ciência + Cidadã do ITQB NOVA em parceria com o Município de Oeiras, com o novo desafio de identificar núcleos de AMR. O projeto tem vindo a trabalhar com a Escola Aquilino Ribeiro, situada num bairro social, e planeia colaborar com o Centro Educativo Padre António de Oliveira na próxima edição, aumentando a abordagem inclusiva do projeto. Até ao momento, foram registados 159 isolados resistentes, com dados em acesso aberto em Oeiras Interativa, e os resultados foram publicados em revistas científicas, incluindo um artigo na FEMS Microbiology Letters com cientistas cidadãos como coautores.

Nesta sessão, as autoras apresentarão o impacto do MicroMundo@Oeiras na ciência e nos seus percursos pessoais. Bruma Henriques iniciou-se como cientista cidadã durante o mestrado e integra agora a coordenação do projeto. Ana Chioto, participante enquanto aluna do ensino secundário, prossegue estudos em Biologia e ambiciona regressar ao projeto. A audiência terá a oportunidade de conhecer metodologias replicáveis da rede Tiny Earth/MicroMundo, explorar o papel transformador na comunidade e identificar estratégias para devolver valor à sociedade.

[C. Comunicação em Pares]

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• Os BioBlitzes como ferramenta de monitorização da biodiversidade
  Patrícia Tiago Mário Estevens Sara Almeida Sérgio Chozas Silvana Munzi Eva Monteiro

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  Análise do potencial dos BioBlitzes como ferramenta de monitorização da biodiversidade
  

Os BioBlitzes como ferramenta de monitorização da biodiversidade

Patrícia Tiago¹ , Mário Estevens² , Sara Almeida³ , Sérgio Chozas , Silvana Munzi Eva Monteiro

¹Centro de Ecologia Evolução e Alterações Ambientais

²Município de Almada

³Município de Oeiras

Os BioBlitzes tornaram-se uma ferramenta popular de ciência cidadã para explorar e registar a biodiversidade local num curto espaço de tempo, promovendo simultaneamente a sensibilização ambiental, a literacia científica e a produção de dados úteis para a investigação e gestão da natureza. Mas até que ponto são eficazes para monitorizar a biodiversidade? Que oportunidades e limitações apresentam para os diferentes grupos envolvidos — cientistas, cidadãos, decisores locais?

Nesta sessão interativa, reuniremos à mesma mesa representantes de diversos setores: investigadores, técnicos de municípios, educadores e participantes ativos em BioBlitzes. Através de uma discussão aberta e participada, iremos explorar:

• Quais os principais benefícios dos BioBlitzes para a ciência e para a sociedade?
• Como garantir qualidade e utilidade dos dados recolhidos?
• Que motivações e barreiras existem para os diferentes públicos?
• Como integrar melhor os BioBlitzes em estratégias de monitorização da biodiversidade a nível local e nacional?

A sessão será dinamizada em formato de mesa redonda, com 5 intervenientes e espaço para interação com o público. O objetivo é identificar pontos fortes, fragilidades e caminhos para o futuro desta ferramenta de envolvimento cívico com a biodiversidade. Nomes dos intervenientes a indicar posteriormente.

[D. Sessão Completa]

Ficheiros

Análise do potencial dos BioBlitzes como ferramenta de monitorização da biodiversidade


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• Construindo Pontes: Adaptando a Ciência Complexa para uma Participação Inclusiva
  Beatriz Noriega Ortega Carolina Doran

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  Bridging Gaps_ Adapting Complex Science for Inclusive Citizen Engagement
  

Construindo Pontes: Adaptando a Ciência Complexa para uma Participação Inclusiva

Beatriz Noriega Ortega¹ Carolina Doran¹

¹European Citizen Science Association

A ciência cidadã eficaz depende da participação pública e da acessibilidade ao conhecimento científico. Este workshop interativo explora como traduzir temas complexos em formatos
inclusivos e envolventes para comunidades diversas. O objetivo é oferecer ferramentas práticas e estratégias criativas de comunicação para alcançar públicos frequentemente negligenciados, como crianças, pessoas neurodivergentes, refugiados, idosos e populações de baixa renda — passo essencial para democratizar a ciência e ampliar a participação cidadã em pesquisa e coleta de dados.
A sessão inicia com uma introdução à comunicação científica inclusiva e às barreiras enfrentadas por diferentes públicos. Em seguida, os participantes identificarão contextos de
vulnerabilidade ou minoria (ex.: pessoas com asma afetadas pela qualidade do ar ou neurodivergentes que necessitam de formatos mais estruturados). Em grupos, adaptarão um conceito científico (como mudanças climáticas ou biodiversidade) para um público específico. Ao final, apresentarão suas propostas e refletirão sobre desafios, escolhas e
estratégias eficazes. A síntese final reunirá aprendizados e boas práticas para tornar a ciência mais acessível, seguida de uma ronda de feedback com formulário para refletir sobre como aplicar os resultados em contextos reais.
O workshop combina design centrado no ser humano e práticas colaborativas de comunicação científica, essenciais à ciência cidadã. Os participantes serão protagonistas na
criação de soluções que estimulam empatia, pensamento crítico e criatividade. O uso de personas e cenários realistas dá profundidade e relevância às atividades.
Durante as práticas, serão aplicadas ferramentas de design colaborativo, como Empathy Map Canvas, Personas e Cenários, além do LEGO® como recurso de criatividade livre para explorar conceitos de forma visual, lúdica e co-criativa. Materiais simples — post-its, papel e marcadores — apoiarão a ideação e a construção coletiva do conhecimento.
A atividade será coorganizada por Beatriz Noriega Ortega (projeto TETTRIS) e Carolina Doran (projeto ECS), especialistas em comunicação científica e engajamento público, com
experiência em metodologias participativas e inclusivas.

O limite é de 50 participantes, garantindo uma experiência interativa e produtiva.

[F. Oficina/Workshop]

Ficheiros

Bridging Gaps_ Adapting Complex Science for Inclusive Citizen Engagement


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• Desafios e oportunidades da ciência cidadã nas ciências da saúde
  Laura Ward Maria João Leão Ana Rita Álvaro Victor Royo Calavera Ana Delicado Jussara Rowland

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Desafios e oportunidades da ciência cidadã nas ciências da saúde

Laura Ward¹ , Maria João Leão² , Ana Rita Álvaro³ , Victor Royo Calavera⁴ , Ana Delicado⁵ Jussara Rowland⁶

¹Gulbenkian Insitute for Molecular Medicine (GIMM), Lisboa/Oeiras, Portugal

²Programa Ciência + Cidadã, ITQB NOVA, Oeiras, Portugal

³Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal

⁴VHIR - Vall d'Hebron Institut de Recerca, Espanha

⁵Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS) Lisboa, Portugal

⁶INESC-ID

A ciência cidadã nas ciências da saúde tem tanto comunalidades com a ciência cidadã em outras áreas científicas como especificidades próprias. Por um lado, tem fronteiras porosas com outras práticas, como o envolvimento de pacientes, a doação de dados e espécimenes biológicos, o ativismo de tratamento, a epidemiologia leiga. Por outro lado, pode implicar não só cidadãos/ãs em geral, “saudáveis”, como também cidadãos/ãs com um interesse direto nos resultados da investigação, como pacientes, cuidadores, profissionais de saúde.

Estas especificidades traduzem-se em distintos desafios, mas também oportunidades. A saúde é das áreas científicas que desperta mais interesse no público e, portanto, maior motivação potencial em participar, facilitando o recrutamento e a retenção. Do lado dos desafios, regista-se, por exemplo, as questões éticas, a propriedade intelectual, o consentimento informado.

Entre si, os projetos de ciência cidadã também exibem acentuada diversidade. Dos jogos de identificação de imagens médicas à recolha de amostras, dos simpósios com especialistas, doentes e profissionais de saúde ao codesign de aplicações para promover a adesão a tratamentos.

 

Esta proposta de sessão completa consiste numa mesa redonda com investigadores e promotores de projetos de ciência cidadã em ciências da saúde para discutir os desafios e oportunidades da ciência cidadã:

• Maria João Leão, Coordenadora do Programa Ciência + Cidadã, ITQB NOVA, Oeiras, Portugal
• Ana Rita Álvaro, Investigadora, Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal
• Victor Royo Calavera, Project Manager, Impact and RRI, Internal Strategy, VHIR - Vall d'Hebron Institut de Recerca, Barcelona, Espanha

Moderação:

• Laura Ward, Senior Project Manager, GIMM CARE, Gulbenkian Institute for Molecular Medicine, Lisboa e Oeiras, Portugal

Dinamizadoras:

• Ana Delicado, Investigadora Principal, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal
• Jussara Rowland, Research Fellow and Executive Coordinator Societal Digital Transformation research line, INESC-ID, Lisboa, Portugal

A participação do público será promovida através de um ronda de perguntas e respostas aos oradores e votações através do Mentimeter. 

[D. Sessão Completa]

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• Design participativo como mediador de partilha de experiências biográficas
  Cláudia Raquel Lima Susana Barreto

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Design participativo como mediador de partilha de experiências biográficas

Cláudia Raquel Lima^1,2 Susana Barreto^3,4

¹ID+: Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura, Faculdade de Belas Artes, Universidade do Porto.

²Universidade Lusófona

³Faculdade de Belas Artes, Universidade do Porto

⁴ID+: Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura

Este workshop tem como objetivo identificar elementos biográficos e culturais que possam informar o design de artefactos de estimulação cognitiva para pessoas com demência. Em Portugal, estima-se que mais de 200.000 pessoas vivam com demência e que este número mais do que duplique até 2050. Os cuidados centrados na pessoa são cruciais, pressupondo o conhecimento da sua história de vida, cultura e interesses. A estimulação cognitiva é essencial enquanto terapia não farmacológica para retardar sintomas de demência.

A relevância deste workshop reside no envolvimento direto de participantes não especialistas na construção de conhecimento aplicável ao design centrado na pessoa, contribuindo para terapias não farmacológicas com impacto na qualidade de vida de populações envelhecidas. Numa abordagem reflexiva e participativa, exploramos o potencial de artefactos mediadores—cultural probes—para incentivar partilha de experiências biográficas e culturais relevantes que possam informar o design de artefactos de estimulação cognitiva para pessoas com demência. 

Introdução (10 min): Enquadramento teórico sobre demência, sintomas comuns e o papel da estimulação cognitiva e sensorial.

Exemplos de artefactos existentes (5 min): Apresentação de casos reais e resultados do projeto REMIND.

Cultural probes (5 min): Introdução à metodologia, objetivos e potencial participativo.

Atividade participativa (40 min): Preenchimento individual e em pequenos grupos de cultural probes com questões evocativas abertas.

Discussão coletiva (20 min): Reflexão sobre os resultados, partilha de experiências e possíveis aplicações práticas no design de artefactos.

Encerramento (10 min): Conclusões e entrega de materiais para continuidade da reflexão.

O envolvimento de cidadãos no design de artefactos para pessoas com demência através da utilização de cultural probes é inovador potenciando resultados originais e criativos. O workshop será dinamizado por Cláudia Lima e Susana Barreto, investigadoras com experiência em práticas de design participativo em contextos de demência no âmbito da investigação REMIND—Design para Pessoas com Demência.

Número máximo de participantes: 15

[F. Oficina/Workshop]

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• Repensar a avaliação da investigação: o caso da Ciência Cidadã
  Ana Santos-Carvalho Inês Almeida Tracey Weissgerber

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Repensar a avaliação da investigação: o caso da Ciência Cidadã

Ana Santos-Carvalho^1,2 , Inês Almeida³ Tracey Weissgerber³

¹GeneT, CIBB, UC

²Rede SciComPt

³CNC-UC, CiBB, Universidade de Coimbra

As iniciativas de Ciência Aberta e de Reforma da Avaliação da Investigação enfatizam o reconhecimento e recompensa de um conjunto mais vasto de práticas e resultados de investigação. O position paper recentemente partilhado pela Rede Europeia de Ciência Cidadã encoraja o reconhecimento do envolvimento da sociedade enquanto critério de excelência académica, valorizando a sua qualidade e impacto. No entanto, esta avaliação requer o desenvolvimento de novos indicadores que reconheçam as contribuições e realizações da ciência cidadã, colocando novos desafios – é mesmo necessário avaliar? que indicadores valorizar? qual a melhor abordagem? como considerar diferentes formatos e níveis de envolvimento? 

A proposta foca-se numa necessidade identificada no âmbito do projeto piloto TREASURE da Universidade de Coimbra (financiamento: Coalition for Advancing Research Assessment, CoARA), pretendendo reconhecer e recompensar formalmente mestrandos/as e doutorandos/as pela implementação de práticas e resultados de investigação reprodutíveis, reutilizáveis e abertos, e que incluem a ciência cidadã. 

Neste workshop pretendemos promover a discussão e gerar um novo enquadramento de avaliação da ciência cidadã ou, de forma mais abrangente, envolvimento de partes interessadas (“stakeholder engagement”), trabalhando para identificar indicadores focados na qualidade do processo e do resultado. Os resultados alcançados no workshop contribuem para o reconhecimento de práticas e resultados tradicionalmente não considerados na investigação, através da identificação de abordagens que foquem a qualidade e o impacto. 

O workshop incluirá (1) breve apresentação do problema e do desafio a resolver; (2) criação de grupos de trabalho que deverão trabalhar sobre opções de avaliação e indicadores, usando a abordagem SCOPE (Himanen et al., 2024). No final, todos/as os/as participantes partilham as suas propostas, recebendo feedback dos/as colegas. 

Número máximo: 25 participantes. 

[F. Oficina/Workshop]

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• Alimentação, Agricultura e Ciência Cidadã num prato sustentável
  Inês Sardinha Bruna Henriques Sandra Barbosa Cientista Cidadão Jovens do Centro Educativo Padre António Oliveira Mario Carvalho Ana Fortunato Giovanna Dellarole João Juliano Celeste Reis Ana Beja Maria João Monteiro Romana Yanez Maria José Amândio Maria Mina Carmen Santos Susana Leitão Isabel Abreu Carlota Vaz Patto João Reis Omar Vergara Rubén Vicente Mariana RP Alves Ana Sanchez Elisabete Brigadeiro Maria João Leão

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Alimentação, Agricultura e Ciência Cidadã num prato sustentável

Inês Sardinha¹ , Bruna Henriques , Sandra Barbosa² , Cientista Cidadão , Jovens do Centro Educativo Padre António Oliveira² , Mario Carvalho² , Ana Fortunato³ , Giovanna Dellarole , João Juliano , Celeste Reis , Ana Beja , Maria João Monteiro , Romana Yanez , Maria José Amândio⁴ , Maria Mina⁵ , Carmen Santos⁵ , Susana Leitão⁵ , Isabel Abreu⁵ , Carlota Vaz Patto⁵ , João Reis⁵ , Omar Vergara⁵ , Rubén Vicente⁵ , Mariana RP Alves , Ana Sanchez , Elisabete Brigadeiro⁴ Maria João Leão¹

¹ITQB NOVA | Programa Ciência + Cidadã

²Centro Educativo Padre António Oliveira

³ITQB NOVA | PR LAB

⁴Município de Oeiras | Gabinete de Ciência e Inovação

⁵ITQB NOVA

Perante os desafios das alterações climáticas e o impacto crescente na segurança alimentar, torna-se urgente repensar os nossos sistemas agrícolas e a forma como produzimos e consumimos alimentos. Esta sessão propõe uma reflexão participativa sobre o papel da ciência cidadã na construção de modelos de agricultura e alimentação mais sustentáveis, justos e resilientes, promovendo o empoderamento e a ação local sobre temas globais.
A partir do exemplo do projeto Oeiras Experimenta — um laboratório vivo que reúne investigadores, cidadãos, decisores políticos e associações locais no estudo de culturas agrícolas mais resilientes à seca — vamos debater como a colaboração entre ciência e sociedade pode gerar conhecimento prático e transformador. Entre os resultados concretos do projeto, destacam-se a participação ativa de mais de 150 cientistas cidadãos/ãs, incluindo a colaboração de organizações sem fins lucrativos, a criação de um espaço na Quinta de Cima do Marquês de Pombal, em Oeiras, para investigação participativa, a dinamização de degustações sustentáveis, e a cocriação de receitas com as culturas agrícolas em estudo, que partilham e comunicam a ciência de forma acessível e criativa.
A sessão decorre em formato fishbowl, um modelo de conversa aberta e inclusiva onde o público é convidado a sentar-se no centro do debate e partilhar ideias. A conversa será guiada pela pergunta: “De que forma a ciência cidadã pode contribuir para uma agricultura e alimentação mais sustentável?”
Como ponto de partida sensorial e imersivo, será oferecida uma degustação sustentável preparada pelos jovens e chef do Centro Educativo Padre António Oliveira, com produtos elaborados a partir de culturas estudadas no projeto — como o sorgo, o chícharo e o arroz em não alagamento.
A ligação entre ciência, agricultura, alimentação e sustentabilidade servirá de mote para inspirar uma troca de ideias entre participantes de diferentes projetos de ciência cidadã a nível nacional que queremos próxima, crítica e transformadora. Esta sessão destina-se a todos/as os/as que acreditam que o presente e futuro da alimentação também se constrói com a participação ativa da sociedade.

[D. Sessão Completa]

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• Práticas Participativas para Futuros Regenerativos em Territórios Turísticos
  Arthur Braga de Araújo

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Práticas Participativas para Futuros Regenerativos em Territórios Turísticos

Arthur Braga de Araújo¹

¹Universidade de Aveiro

O workshop propõe a construção coletiva de visões e propostas para o futuro de territórios turísticos, a partir de uma abordagem participativa inspirada nos princípios do design regenerativo. A atividade busca fomentar uma reflexão crítica e situada sobre os impactos do turismo em comunidades locais e ecossistemas, ativando o papel de cidadãos, investigadores e profissionais como agentes criativos de transformação territorial.

Ao articular escuta ativa, empatia e co-criação, a sessão promove práticas colaborativas comprometidas com a sustentabilidade, a justiça social e a valorização cultural. Os resultados serão sistematizados e poderão originar publicações científicas em acesso aberto, assegurando a devolução e reconhecimento formal das contribuições dos participantes.

Plano da sessão (90 minutos)

• Abertura e contextualização (10 min) – Introdução aos desafios contemporâneos do turismo e aos princípios do design regenerativo, com exemplos inspiradores.
• Mapeamento de desafios (15 min) – Dinâmica em grupos para identificar tensões, impactos e oportunidades nos territórios turísticos.
• Apresentação de personas (5 min) – Breve introdução de 1–2 personas inspiradas em moradores locais, estimulando empatia e foco territorial.
• Co-criação de propostas regenerativas (25 min) – Elaboração de ideias visuais e colaborativas que conciliem sustentabilidade ambiental e equidade social.
• Apresentações e debate (25 min) – Partilha das propostas e discussão sobre convergências e possibilidades de aplicação prática.
• Síntese e próximos passos (10 min) – Reflexão final e sistematização dos principais princípios e aprendizados.

Destinado a até 20 participantes — o workshop promove um espaço de inteligência coletiva voltado à experimentação de abordagens regenerativas em territórios afetos ao turismo.

Os principais resultados esperados incluem:

• formulação de propostas cocriadas para territórios turísticos sustentáveis;
• produção de dados e narrativas abertas que possam inspirar políticas públicas e ações comunitárias;
• e a possibilidade de gerar uma publicação científica colaborativa.

A facilitação será conduzida por investigador com experiência em metodologias participativas, garantindo rigor, abertura e compromisso ético na condução do processo.

[F. Oficina/Workshop]

Ficheiros

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• CIÊNCIA CIDADÃ EM SAÚDE: DIÁLOGOS, DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE ENVOLVIMENTO
  Elaine Santana Fernanda Lanza Sílvia Silva

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CIÊNCIA CIDADÃ EM SAÚDE: DIÁLOGOS, DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DE ENVOLVIMENTO

Elaine Santana¹ , Fernanda Lanza^2,1 Sílvia Silva^3,1

¹Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

²Universidade Federal de São João del-Rei

³Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

A Ciência Cidadã (CC) destaca-se como uma abordagem inovadora com elevado potencial de aproximação entre ciência e sociedade, ao promover o envolvimento ativo dos cidadãos na investigação. Este envolvimento contribui para a democratização do conhecimento, reforça a confiança pública na ciência e amplia a relevância social dos projetos científicos.

Na área da saúde, a CC constitui uma via estratégica para envolver as pessoas na produção de conhecimento, permitindo-lhes compreender melhor os processos científicos e participar de forma significativa em decisões que afetam a sua saúde e bem-estar. Apesar de seu crescente reconhecimento, na área da saúde a CC ainda enfrenta desafios, como a complexidade com as questões clínicas, éticas e o envolvimento de seres humanos em investigações. Por outro lado, oferece oportunidades únicas de literacia, inclusão e cocriação de soluções mais justas e sustentáveis.

Este workshop propõe um espaço de sensibilização e reflexão sobre o potencial e os desafios da CC na investigação em saúde, incentivando o diálogo entre os participantes. A proposta distingue-se pelo seu formato dinâmico e colaborativo, centrado na aprendizagem horizontal, na análise de casos reais e na experimentação de estratégias práticas de envolvimento cidadão.

A sessão combinará exposições breves e atividades em grupo. A introdução participativa, com recurso a um brainstorm digital, servirá como ponto de partida para explorar significados e expectativas sobre o tema.

No segundo momento, os participantes serão organizados em grupos para analisar um caso real da área da saúde. Com base nos princípios da CC, os participantes serão desafiados a selecionar e justificar estratégias de envolvimento cidadão, utilizando um formulário online interativo. Os resultados serão partilhados e debatidos em plenário, promovendo um debate coletivo sobre padrões, divergências e lições aprendidas. A sessão encerra com uma dinâmica de síntese e avaliação colaborativa.

O workshop será dinamizado por três enfermeiras investigadoras com experiência na área da CC. Para garantir a dinâmica, consideramos como ideal o número máximo de 25 participantes. 

[F. Oficina/Workshop]

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Sessão de Pósteres e Demonstrações com Degustação de Pasteis de chícharo e prova de Villa Oeiras. O Apoio do Município de Alvaiázere apoia esta sessão.

• Fungos: Amigos naturalmente especializados ou Inimigos temíveis e ferozes?
  Nádia Ribeiro João Jorge Carlos Moreira

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Fungos: Amigos naturalmente especializados ou Inimigos temíveis e ferozes?

Nádia Ribeiro¹ , João Jorge¹ Carlos Moreira¹

¹Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier - Universidade Nova de Lisboa (ITQB NOVA)

Os fungos e os seus esporos estão por todo lado. Os projetos de Ciência Cidadã “Fungi – Friends or Foes” e SOILED – Soil Plastic Biodegradation, implementados pelo grupo de Micologia Ambiental e Aplicada do ITQB NOVA, pretendem envolver a comunidade escolar do Município de Oeiras em projetos de investigação nestas áreas. O primeiro iniciado em 2022, envolveu mais de 150 alunos de escolas do Município de Oeiras, indispensáveis para a recolha de esporos pela aplicação de adesivos em diferentes locais e sua posterior análise, identificando as principais ameaças. Uma delas é o fungo Aspergillus fumigatus, responsável pela aspergilose invasiva pulmonar, principalmente em indivíduos imuno-comprometidos. Por seu lado, o projeto SOILED, iniciado em 2025, envolveu cerca de 30 alunos de escolas do Município de Oeiras. Os cidadãos cientistas, recolheram e analisaram amostras de solo, avaliando a degradação de variados materiais contendo plásticos, verificando o envolvimento de microrganismos do solo especializados no processo. O SOILED está inserido num projeto europeu - Agriloop, com o apoio do Município de Oeiras para um estudo piloto na definição das condições de expansão para outros países europeus. Os projetos contam também com o apoio do Programa Ciência + Cidadã e do gabinete de comunicação do ITQB NOVA. Os resultados obtidos até à data foram já disseminados através de apresentações orais, sessões de pósteres, demonstrações em escolas e uma publicação científica.

O objetivo da demonstração proposta é dar a conhecer estes dois projetos de Ciência Cidadã e a sua relevância social e científica. Os visitantes aprenderão a abordagem experimental utilizada, podendo interagir com os investigadores responsáveis: João Jorge (Micologia), Nádia Ribeiro (Química) e Carlos Moreira (Micologia), bem como alguns cientistas cidadãos convidados que os ajudaram a desenvolver. Na banca da demonstração teremos um terrário, onde os plásticos serão depositados para degradação e placas com fungos recolhidos pelo SOILED; bem como demonstração da utilização dos adesivos do projeto Fungi – Friends or Foes, apoiados por meios audiovisuais.

[E. Demonstração]

Ficheiros

Abstract...5_SOILED & FUNGI FRIENDS OR FOES


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• Árvore de Carbono | Ciência Cidadã: Medição da qualidade do ar nas escolas
  Mário Daniel Vilas Maria João Leão Maria do Fundo Miguel Silva Maria João Verdasca Nuno Charneca Elisabete Brigadeiro

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Árvore de Carbono | Ciência Cidadã: Medição da qualidade do ar nas escolas

Mário Daniel Vilas¹ , Maria João Leão^2,3 , Maria do Fundo⁴ , Miguel Silva⁵ , Maria João Verdasca^5,6 , Nuno Charneca⁷ Elisabete Brigadeiro⁸

¹Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

²Programa Ciência + Cidadã

³ITQB NOVA

⁴Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril

⁵Instituto Superior Técnico

⁶INESC-ID

⁷InovLabs

⁸Município de Oeiras

A “Árvore de Carbono” (Carbon Tree) é um projeto de ciência cidadã, promovido pelo Programa Ciência+Cidadã, numa parceria entre o ITQB NOVA, o InovLabs, o IST e INESC-ID e o Município de Oeiras. Foi iniciado em 2020 no âmbito do Clube de Ciência Viva da Escola Secundária Sebastião e Silva com o objetivo de analisar dados sobre a qualidade do ar na escola e noutros pontos do Município de Oeiras, através do desenvolvimento da 1ª versão da Árvore de Carbono, uma estação de medição de qualidade do ar DIY (Do it Yourself), de baixo custo, com programação e montagem da primeira versão da estação Árvore de Carbono, envolvendo a comunidade escolar.

 

Foi recentemente desenvolvida uma 2ª versão da estação “Árvore de Carbono”, por uma equipa de investigadores e cientistas cidadãos, pensada para ser mais portátil, simples e intuitiva. A nova versão da estação, mais portátil e baseada em Arduino Nano, mede eCO₂, TVOCs e o Índice de Qualidade do Ar (escala 1-5).

 

Foi também recentemente acreditada a formação para professores “Árvore de Carbono-Ciência Cidadã”, com aplicação prática em sala de aula, permitindo estudos colaborativos entre escolas e recomendações ambientais locais. A formação pretende promover competências pedagógicas inovadoras, educação ambiental e cidadania ativa entre os alunos.

 

O projeto de Ciência Cidadã “Árvore de Carbono”, enquadrado num contexto escolar, permite estabelecer ligações fortes entre a vida quotidiana dos alunos e a ciência, incentivando a aprendizagem e a cidadania ativa ao longo das suas vidas.

 

Na demonstração proposta pretende-se que os participantes possam experimentar as potencialidades da estação “Árvore de Carbono”. Para tal, após a montagem e programação da estação de monitorização “Árvore de Carbono”, a estação poderá ser utilizada pelos participantes de duas maneiras: analisando os valores de Dióxido de Carbono Equivalente (eCO2), os valores dos Compostos Orgânicos Voláteis Totais (TVOCs).

 

A equipa multidisciplinar presente tem vasta experiência em ciência cidadã, comunicação de ciência em escolas, engenharia e inovação, contando ainda com a participação dos cientistas cidadãos que iniciaram o projeto e que atualmente concluem os seus estudos em engenharia eletrotécnica, engenharia da energia e ambiente e gestão na hotelaria e turismo.

 

 

[E. Demonstração]

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• QUALITATIVE AND QUANTITATIVE ANALYSIS OF WASTE IN THE RIBEIRA DA LAJE
  Cristina Cordeiro Maria Tomaz Luísa Gordo Raquel dos Santos Leonor Martins Tiago Poças Mário Poças Mariana Louro Francisco Leão Beatriz Menino Guilherme Lorvão Francisco Santos Diogo Xavier

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QUALITATIVE AND QUANTITATIVE ANALYSIS OF WASTE IN THE RIBEIRA DA LAJE

Cristina Cordeiro¹ , Maria Tomaz¹ , Luísa Gordo¹ , Raquel dos Santos¹ , Leonor Martins¹ , Tiago Poças¹ , Mário Poças¹ , Mariana Louro¹ , Francisco Leão¹ , Beatriz Menino¹ , Guilherme Lorvão¹ , Francisco Santos¹ Diogo Xavier²

¹Escola Secundária da Quinta do Marquês

²Aluna do ensino secundário da Escola Secundária da Quinta do Marquês

ABSTRACT

The Ribeira da Laje starts in the area of Casal de São José and the Pinhal Urbanization, in Mem Martins (Sintra). Along its almost 16 kilometers, it crosses three municipalities (Sintra, Cascais and Oeiras) and flows into the Tagus Estuary, in the western area of Praia de Santo Amaro de Oeiras. [1]

Over the years, the Ribeira da Laje has undergone changes and deterioration of its environmental quality, due to the increase in anthropogenic activity and the lack of progressive involvement in the preservation of the Ribeira by the general population. In 1950, the quality of its water was classified as “poor” by the Portuguese Environment Agency, as it passes through several urban centers with industrial and commercial activities. [1]

The aim of this work is to qualitatively and quantitatively analyze the contamination residues and the possible impacts on river ecosystems, in this case in Ribeira da Laje; as well as disseminating the results obtained to the local community.

The ambassadors of the Blue School Project, from the Quinta do Marquês Secondary School, in Oeiras, in order to respond to the aforementioned objectives, and after researching citizen science projects, considered the “Plastic Pirates- Go Europe Project”, developed by Ciência Viva, the one that presents a work methodology that meets the intended objective.

On April 8th of this calendar year, the first field trip took place applying the methodologies present in the field itinerary made available by the project [2].

On April 8th of this calendar year, the first field trip took place with identification of: rocks; trees and shrubs; birds; butterflies; reptiles and amphibians; macroinvertebrates; mammals; fish; aquatic plants; lichens and mushrooms; bryophytes, among others [3]. Analysis of some physical and chemical parameters, such as: pH, nitrates and nitrites; temperature.

The results and conclusions will be published after the data has been processed.

 

 

Key-words: Ribeira da Laje; waste; Plastic Pirates-Go Europe.

 

References:

[1] https://newinoeiras.nit.pt/na-cidade/assim-era-a-ribeira-da-laje-na-decada-de-1950/ [accessed on March 20, 2025]

[2] https://www.cienciaviva.pt/plastic-pirates [accessed on March 3, 2025]

[3] https://www.geracaobio.pt/wp-content/uploads/2018/11/Projeto_Rios_2017.pdf [accessed on March 20, 2025]

[A. Poster]

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• Relíquias Vegetais Sagradas em Portugal
  Luis Mendonça de Carvalho Francisca Maria Fernandes Ana Paula Figueira Albertina Raposo Paula Nozes

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Relíquias Vegetais Sagradas em Portugal

Luis Mendonça de Carvalho¹ , Francisca Maria Fernandes , Ana Paula Figueira , Albertina Raposo Paula Nozes

¹Museu Botânico IPBeja

Este projeto deseja estudar peças religiosas de origem vegetal que, em Portugal, estão tradicionalmente associadas aos instrumentos da Paixão e Morte de Cristo, em especial as relíquias do Santo Lenho e da Coroa de Espinhos. O objetivo principal é mobilizar a comunidade e os cidadãos para identificar, documentar e valorizar este património disperso em colecções públicas e privadas.

O público-alvo inclui guardiães de relicários, investigadores na área da botânica, história local e arte sacra, bem como cidadão interessados em contribuir para a preservação desta memória coletiva. Os participantes serão convidados a partilhar informações, fotografias, documentos e testemunhos orais sobre estas relíquias vegetais, tornando-se coautores de um inventário colaborativo de livre acesso, disponível on-line.

As actividades previstas, abrangem visitas participativas, oficinas de partilha de histórias. O impacto será avaliado pela adesão das comunidades, pela quantidade, qualidade dos contributos recolhidos e potencial de replicação do modelo em outros temas de estudo.

Este projeto propõe um debate alargado sobre o papel da ciência cidadã na investigação e salvaguarda do património histórico-religioso, promovendo o diálogo intergeracional e a consciência sobre a relevância cultural e ecológica dos elementos vegetais usados em contextos religioso, abrindo caminho para novas formas de coprodução de conhecimento e de cidadania activa.

[A. Poster]

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• Ciência cidadã em idade pré-escolar: o projeto Super Mãos Limpas
  Alexandra S. Simões Sónia Nunes Carina Valente Débora A. Tavares Ana Tavares Teresinha Tavares Ana Paula Ribeiro Raquel Sá Leão

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Ciência cidadã em idade pré-escolar: o projeto Super Mãos Limpas

Alexandra S. Simões¹ , Sónia Nunes¹ , Carina Valente¹ , Débora A. Tavares¹ , Ana Tavares¹ , Teresinha Tavares² , Ana Paula Ribeiro³ Raquel Sá Leão¹

¹Laboratório de Microbiologia Molecular dos Patógenos Humanos, Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, Universidade Nova de Lisboa, Oeiras, Portugal

²Oficina da Criança, Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, Montemor-o-Novo, Portugal

³Divisão de Educação, Saúde, Ação Social, Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, Montemor-o-Novo, Portugal

No âmbito de projetos que monitorizam o impacto da vacinação nos microrganismos das vias respiratórias superiores de crianças em idade pré-escolar, foi criado, entre 2007 e 2012, o projeto Super Mãos Limpas. Esta iniciativa surgiu do desejo dos investigadores de retribuir às crianças e famílias que participavam na investigação, promovendo simultaneamente literacia em saúde e ciência. Envolveu escolas e famílias de contextos socioeconómicos diversos nos municípios de Oeiras e Montemor-o-Novo.

Dirigido a crianças dos 3 aos 6 anos, o projeto sensibilizou para a importância da lavagem correta das mãos como forma simples e eficaz de prevenir infeções. As sessões combinavam ciência e criatividade: uma história ilustrada, uma canção, um folheto de atividades, uma peça de teatro e a presença do super-herói Super Mãos Limpas. As crianças aprendiam, de forma lúdica, a lavagem correcta das mãos, o que são microrganismos e o que é um microscópio. Os encarregados de educação recebiam informação sobre o uso adequado de antibióticos e prevenção de infeções, enquanto as educadoras participavam em sessões de esclarecimento certificadas.

Paralelamente, o projeto promoveu participação cidadã ativa, recolhendo mais de 3000 amostras biológicas e questionários, essenciais para a investigação sobre colonização bacteriana e uso de antibióticos em idade pré-escolar. Os resultados foram publicados em revistas científicas internacionais, apresentados em congressos e comunicados à Direção Geral da Saúde.

A elevada adesão - mais de 3000 crianças - refletiu-se no entusiasmo das escolas, no reconhecimento público e na cobertura mediática. Contudo, a avaliação do impacto foi limitada pela ausência de recursos estruturados, não permitindo medir sistematicamente mudanças de comportamento. O projeto foi mantido apenas com o empenho direto dos investigadores e, em Montemor-o-Novo, com o apoio da Oficina da Criança.

O Super Mãos Limpas constitui uma experiência pioneira de ciência cidadã em saúde pública e comunicação científica em contexto pré-escolar, ilustrando o potencial da participação informada e ativa dos cidadãos na produção de conhecimento e promoção da saúde.

[A. Poster]

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• Microbioma Comunidade Portugal, Um Projeto de Ciência Cidadã em Famílias
  Patrícia Costa Morais Isabel Gordo Karina Xavier Ana Margarida Almeida Luis Teixeira Sarela Santamarina Elisabete Brigadeiro Maria João Leão

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  Abstract
  

Microbioma Comunidade Portugal, Um Projeto de Ciência Cidadã em Famílias

Patrícia Costa Morais¹ , Isabel Gordo¹ , Karina Xavier¹ , Ana Margarida Almeida¹ , Luis Teixeira² , Sarela Santamarina³ , Elisabete Brigadeiro⁴ Maria João Leão⁵

¹Gulbenkian Institute for Molecular Medicine

²Católica Biomedical Research Centre

³Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier

⁴Município de Oeiras

⁵Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, Programa Ciência + Cidadã

O Microbioma Comunidade Portugal é um projeto pioneiro de Ciência Cidadã que visa caracterizar a composição do microbioma intestinal em famílias portuguesas e analisar a sua variação ao longo do tempo. Integrado no Programa Ciência + Cidadã, resulta de uma parceria entre o GIMM, o ITQB NOVA, o CBR e o Município de Oeiras.

O estudo-piloto envolve 119 cientistas cidadãos de 32 famílias, maioritariamente residentes em Oeiras e Lisboa, recrutadas através de eventos públicos e dos canais digitais dos parceiros. Enquanto cientistas cidadãos, os participantes seguiram protocolos científicos rigorosos para a recolha de três amostras fecais em momentos distintos, com o apoio de kits e instruções desenvolvidos para o projeto. As crianças e jovens participaram com o auxílio de familiares adultos, reforçando a vertente educativa e intergeracional da iniciativa. Os participantes contribuíram ainda ativamente na montagem dos kits, na melhoria dos questionários e no aperfeiçoamento dos procedimentos, fornecendo comentários fundamentais para otimizar o estudo.

A análise das duas primeiras recolhas (setembro 2025 – dezembro 2025) revelou estabilidade intraindividual do microbioma e uma elevada diversidade interindividual. Os perfis microbianos mostraram maior semelhança com populações espanholas do que com populações asiáticas, refletindo hábitos alimentares e estilos de vida partilhados. A taxa de desistência foi de apenas 6%, demonstrando o forte envolvimento dos participantes.

Cada participante e respetiva família receberão um relatório personalizado com o seu perfil do microbioma intestinal, promovendo a literacia em saúde. Paralelamente, será divulgado à comunidade local e a representantes políticos um relatório global com a caracterização da comunidade estudada, reforçando o impacto social do projeto.

O Microbioma Comunidade Portugal foi aprovado pela Comissão de Ética do IHMT-ITQB-NMSL e evidencia o potencial da ciência cidadã para promover a investigação colaborativa, a equidade em saúde e a consciencialização sobre a importância do microbioma intestinal na prevenção de doenças.

[A. Poster]

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• Biomonitorização com líquenes: um projeto de formação e divulgação
  Silvana Munzi Tania Contardo Daniele Giugia Lisa Grifoni Deborah Isocrono Mirko Legnaro Diamanti Stefano Loppi Stefano Martellos Sonia Ravera Linda Seggi Giovanna Potenza

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  Encontro Nacional de Ciência Cidadã 2025_SLI
  

Biomonitorização com líquenes: um projeto de formação e divulgação

Silvana Munzi¹ , Tania Contardo² , Daniele Giugia³ , Lisa Grifoni⁴ , Deborah Isocrono⁵ , Mirko Legnaro Diamanti⁴ , Stefano Loppi^4,6 , Stefano Martellos⁷ , Sonia Ravera^8,6 , Linda Seggi⁷ Giovanna Potenza⁹

¹cE3c - Center for Ecology, Evolution and Environmental Changes & CHANGE - Global Change and Sustainability Institute

²Dipartimento di Ingegneria Civile, Architettura, Territorio, Ambiente e di Matematica, Università di Brescia

³Dipartimento di Farmacia, Università di Genova

⁴Dipartimento di Scienze della Vita, Università di Siena

⁵Dipartimento di Scienze Agrarie, Forestali e Alimentari, Università di Torino

⁶NBFC, National Biodiversity Future Center, Palermo

⁷Dipartimento di Scienze della Vita, Università di Trieste

⁸Dipartimento di Scienze e Tecnologie Biologiche Chimiche e Farmaceutiche, Università di Palermo

⁹Dipartimento di Scienze Agrarie, Forestali, Alimentari e Ambientali, Università della Basilicata

A biomonitorização é uma metodologia que utiliza organismos vivos para avaliar o estado de saúde de um ambiente, através de observações e análises específicas realizadas tanto em campo como em laboratório. Tradicionalmente da responsabilidade de especialistas, estas metodologias têm vindo recentemente a ser introduzidas em projetos de Ciência Cidadã. A comunidade científica tem procurado garantir que métodos sólidos e replicáveis possam também ser aplicados por cidadãos, tanto para gerar novos dados científicos como para sensibilizar o público para questões ambientais.

Entre os bioindicadores mais amplamente utilizados e validados para a avaliação da qualidade do ar — tanto em ambientes urbanos como naturais — encontram-se os líquenes. Neste contexto, a Sociedade Liquenológica Italiana (SLI), através do seu Grupo de Trabalho em Ciência Cidadã (GdL-CS), desenvolveu um protocolo simplificado para a utilização de líquenes como biomonitores em atividades de Ciência Cidadã, acessível também a não-especialistas.

Este contributo apresenta um projeto de divulgação deste método, desenvolvido em colaboração com a Rede de Liceus para a Transição Ecológica e Digital, presente em todo o território italiano. Os estudantes do 3.º ano que aderem ao percurso “Biomonitorização com líquenes” têm, de novembro de 2024 a junho de 2025, acesso a um curso teórico introdutório à Liquenologia, complementado por atividades práticas destinadas à aprendizagem do método proposto. O GdL-CS da SLI, em regime voluntário, assegura a lecionação das aulas e supervisiona as fases operacionais do método.

A iniciativa envolveu 30 estudantes de cinco escolas em atividades de amostragem e monitorização ambiental, permitindo-lhes participar ativamente na recolha e análise de dados científicos e técnicos sobre líquenes epífitos. Com o apoio do GdL-CS, em sessões online e de campo, os estudantes realizaram a monitorização em cinco cidades italianas, avaliando o impacto dos poluentes na qualidade do ar. Os resultados foram reunidos num relatório final, no qual avaliaram também a aplicabilidade do método utilizado.

S. Loppi e S. Ravera participam graças ao projeto financiado pela União Europeia – NextGenerationEU – Plano Nacional de Recuperação e Resiliência (PNRR) – Missão 4 Componente 2 Investimento 1.4 –CUP B73C22000790001

[A. Poster]

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Encontro Nacional de Ciência Cidadã 2025_SLI


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• Atribuição de DOI na NAU: mais um incentivo para a ciência chegar aos cidadãos
  Dulce Correia Carolina Amado

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Atribuição de DOI na NAU: mais um incentivo para a ciência chegar aos cidadãos

Dulce Correia¹ Carolina Amado

¹Plataforma NAU, FCCN – serviços digitais da FCT.

A Plataforma NAU, gerida pela FCCN da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, é um serviço digital pioneiro em Portugal que visa democratizar o conhecimento, promover a aprendizagem contínua e estimular a literacia digital da população portuguesa e lusófona. Segundo Cardoso & Pinto (2021), a sociedade em rede e a virtualização da vida social alteraram a função da educação, tornando-a essencial para responder às exigências do mercado de trabalho e da cidadania. A NAU oferece Massive Open Online Courses (MOOC), promovendo igualdade e inclusão ao eliminar barreiras no acesso à formação e ao desenvolvimento de competências, reduzindo desvantagens que podem levar à exclusão social.
Foi criado um serviço para atribuir Digital Object Identifier (DOI) a MOOC resultantes de projetos de investigação, aumentando a visibilidade e a comunicação de resultados científicos. Este serviço é inovador, sem antecedentes conhecidos na área. O DOI é atribuído após pesquisa no Portal SciPROJ e cumprimento dos procedimentos científicos e pedagógicos. Caso não seja financiado pela FCT ou Horizonte 2020, é necessário apresentar um resumo da investigação.
Já foram atribuídos dois DOI na área das Ciências Sociais e Humanas. Os MOOC com DOI integram-se num ecossistema científico interoperável, promovendo dados FAIR (Findable, Accessible, Interoperable, Reusable) e fortalecendo a transparência, rastreabilidade e reconhecimento das ações formativas da NAU, bem como de dados e projetos de ciência cidadã. Além disso, incentivam investigadores a criar outros resultados de investigação, contribuindo para a formação e desenvolvimento de competências digitais, equidade e justiça social.
Em suma, existência deste serviço para MOOC beneficia Unidades de Investigação, Laboratórios e Centros Académicos, aumentando a qualidade científica, visibilidade e impacto em projetos de ciência cidadã, integrando-os nos fluxos formais de pesquisa e comunicação científica, fortalecendo o seu impacto na sociedade.

[A. Poster]

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• Lares que Escutam: Um Modelo Inovador com os 5Ms e a Experiência do Paciente
  Gisela Bitencourt Florido

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  Lares que Escutam
  

Lares que Escutam: Um Modelo Inovador com os 5Ms e a Experiência do Paciente

Gisela Bitencourt Florido

O envelhecimento da população portuguesa traz desafios significativos para os lares de idosos e para os cuidadores informais, especialmente no que respeita à segurança, qualidade do cuidado e dignidade das pessoas idosas. Problemas como polifarmácia, quedas, declínio cognitivo e baixa participação nas decisões sobre o próprio cuidado exigem novas abordagens. Esta proposta apresenta a fase inicial de implementação do Protocolo dos 5Ms da Geriatria (Medicações, Mente, Mobilidade, Multimorbidade e o que Mais Importa), combinado com metodologias de Patient Experience, com o objetivo de criar um modelo de Cuidado Centrado na Pessoa Idosa em lares e no contexto de cuidadores informais.

A metodologia proposta segue uma abordagem participativa e em fases: (1) diagnóstico participativo junto a residentes, familiares e cuidadores informais; (2) formação da equipa técnica e cuidadores; (3) implementação de planos de cuidado personalizados com base nos 5Ms; e (4) recolha e tratamento contínuo de dados qualitativos através de ferramentas de escuta ativa e análise temática, para monitorização da experiência e co-construção de melhorias.

Embora o Protocolo dos 5Ms seja um modelo clínico validado internacionalmente, a proposta aqui apresentada constitui um projeto em fase inicial de adaptação e implementação no contexto português, integrando ciência cidadã e metodologias participativas. Assim, o foco está na co-construção de um modelo de cuidado localmente relevante, cuja validação prática permitirá, numa fase posterior, a sua replicação em outros contextos de cuidado (lares, unidades de cuidados continuados e apoio domiciliário).

O caráter inovador desta proposta reside na integração entre um protocolo clínico baseado em evidências e práticas participativas de escuta e decisão partilhada, garantindo o envolvimento ativo de cidadãos, profissionais e cuidadores informais. A audiência poderá beneficiar ao conhecer uma metodologia escalável e centrada na pessoa, capaz de transformar a cultura de cuidado e promover justiça social e equidade na saúde da população idosa.

[A. Poster]

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Lares que Escutam


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• Projeto SCAR: Ciência Cidadã para a Investigação do Microbioma Intestinal
  Maria Cruz Sarela Garcia-Santamarina Maria João Leão Adriano Henriques Bruna Henriques Rafaela Andrade Mónica Serrano

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Projeto SCAR: Ciência Cidadã para a Investigação do Microbioma Intestinal

Maria Cruz , Sarela Garcia-Santamarina , Maria João Leão , Adriano Henriques , Bruna Henriques , Rafaela Andrade Mónica Serrano

O projeto SCAR (InteractionS of xenobiotiCs with the intestinAl micRobiota), promovido pelo ITQB NOVA, envolve investigadores dos laboratórios “Interações da microbiota humana com xenobióticos” e “Desenvolvimento Microbiano” e a participação ativa de 30 cientistas cidadãos que contribuem para o avanço do conhecimento científico sobre a relação entre a microbiota intestinal e compostos externos (xenobióticos), como fármacos, aditivos alimentares ou metais ambientais.
Este projeto adotou uma abordagem inovadora de ciência cidadã, envolvendo na sua maioria  colaboradores do ITQB NOVA, de diferentes serviços, como cientistas cidadãos, dada a importância de processar as amostras no próprio dia da recolha. Os participantes tiveram um papel ativo em várias etapas do estudo: recolheram amostras fecais utilizando um kit e protocolo definidos, responderam a questionários sobre estilo de vida e saúde intestinal, participaram em visitas participativas aos laboratórios de investigação envolvidos e atuaram como embaixadores do projeto no Dia Aberto do instituto e noutros eventos de sensibilização. A estratégia participativa deste projeto permitiu também uma maior interação e sentido de comunidade entre os colaboradores da instituição 
As amostras recolhidas já foram caracterizadas quanto à capacidade de formar esporos e à presença de isolados bacterianos resistentes a elevadas concentrações de metais. Estes resultados oferecem uma base valiosa para futuros estudos nas áreas de ecotoxicologia, saúde pública e desenvolvimento de novos modelos experimentais e serão oportunamente partilhados com os cientistas cidadãos, reforçando o compromisso com a transparência e a partilha de conhecimento. Será também reforçada a divulgados à comunidade geral, de forma contribuir para a continua transmissão de conhecimentos.
 O SCAR promove uma ciência mais transparente, inclusiva e próxima, alinhada com as necessidades da sociedade, e demonstra o potencial transformador da ciência cidadã na produção de conhecimento científico relevante e colaborativo.

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• SeaMic: Ciência Cidadã pela qualidade da água das praias
  Carolina V. Mariano Catarina Amaral Jorge Carvalho Abel Oliva Ana Margarida Lopes Luís Miguel Lopes Pedro Alves Diana Grilo Igor Campos Neca Alexandra Gonçalves Alexandra Vasconcelos Domingos Leitão Elisabete Brigadeiro Maria João Leão Catarina Pimentel

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SeaMic: Ciência Cidadã pela qualidade da água das praias

Carolina V. Mariano¹ , Catarina Amaral¹ , Jorge Carvalho¹ , Abel Oliva¹ , Ana Margarida Lopes² , Luís Miguel Lopes² , Pedro Alves² , Diana Grilo¹ , Igor Campos Neca¹ , Alexandra Gonçalves³ , Alexandra Vasconcelos⁴ , Domingos Leitão⁴ , Elisabete Brigadeiro⁴ , Maria João Leão⁵ Catarina Pimentel¹

¹Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, Universidade Nova de Lisboa

²SIMAS de Oeiras e Amadora

³Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos

⁴Câmara Municipal de Oeiras

⁵Programa Ciência+Cidadã (Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, Universidade Nova de Lisboa)

O SeaMic é um projeto de Ciência Cidadã que tem como objetivo desenvolver um teste colorimétrico rápido para a deteção de concentrações de microrganismos indicadores de poluição fecal em águas recreacionais costeiras e de transição, que possam representar um risco para a saúde pública¹.

O teste baseia-se na tecnologia LAMP (do inglês Loop-mediated isothermal amplification) e inclui alguns componentes inovadores desenvolvidos pela equipa técnica do projeto em conjunto com Cientistas Cidadãos(ãs). Em comparação com os testes de referência, apresenta a vantagem de permitir a obtenção de resultados em menos de uma hora e de poder ser realizado in situ (praia) por indivíduos sem formação laboratorial.

Até ao momento, o projeto contou com a participação de 24 Cientistas Cidadãos(ãs)², que contribuíram ativamente para a recolha diária de amostras de água do mar, para a otimização de alguns componentes do teste e para a validação do protótipo, tanto em ambiente laboratorial como em contexto real, na praia. A partilha de sugestões de melhoria por todos os envolvidos foi crucial para a evolução do teste, reforçando a importância da vertente de Ciência Cidadã em projetos científicos.

O teste encontra-se atualmente em fase de validação com amostras reais. Esta etapa consiste na análise simultânea da mesma amostra de água do mar com o novo teste e com o teste de referência, de modo a aferir a sensibilidade e a especificidade do primeiro. Os(As) Cientistas Cidadãos(ãs) continuarão a ser envolvidos também nesta fase.

Este projeto é liderado pelo Laboratório de Biologia Molecular de Leveduras do ITQB NOVA, em parceria com EUTOPIA_HEALTH, DxHub, Universidade Nova de Lisboa, o Programa Ciência+Cidadã, o Município de Oeiras (Gabinete de Ciência e Inovação e Gabinete do Ambiente), a empresa STAB VIDA e os SIMAS de Oeiras e Amadora.

 

¹ Valores limite definidos na decisão de 19/05/2020 da Comissão Técnica de Acompanhamento do Decreto-Lei  135/2009, de 3 de junho, com a redação conferida pelo Decreto-Lei 113/2012, de 23 de maio.

² A Dra. Alexandra Gonçalves, professora no Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos, é incluída como co-autora deste trabalho, em representação dos(as) Cientistas Cidadãos(ãs), tendo participado em todas as fases do projeto.

[A. Poster]

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• Mulheres amadoras na ciência: lições do passado para a ciência cidadã
  Cristina Luís António Carmo Gouveia Luís Carolino Ana Simões

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Mulheres amadoras na ciência: lições do passado para a ciência cidadã

Cristina Luís¹ , António Carmo Gouveia² , Luís Carolino³ Ana Simões⁴

¹ce3c - Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais & CHANGE – Instituto para as Alterações Globais e Sustentabilidade, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal

²CFE - Centro de Ecologia Funcional, Departamento de Ciências da Vida, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal

³ISCTE, Instituto Universitário de Lisboa, CIES-IUL

⁴CIUHCT - Centro Interuniversitário de História das Ciências e Tecnologia, Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal

O projeto WISE tem como objetivo desvendar a contribuição de mulheres amadoras para as ciências naturais e para a astronomia em Portugal entre 1851 e 1974, uma vez que se trata de um contributo historicamente esquecido.

 

A reconstrução da história destas mulheres cientistas cidadãs avant la lettre, será feita através da análise da sua participação, das ligações institucionais prevalecentes, das redes de naturalistas ou astrónomos profissionais com que se relacionaram, dos obstáculos enfrentados e da evolução destas dimensões ao longo de três regimes políticos diferentes: liberalismo, primeira república e ditadura do Estado Novo. Tal permitirá trazer uma dimensão histórica aos estudos da ciência cidadã.

 

Procurar-se-á identificar as mulheres que contribuíram com observações e recolha de dados preservados em herbários, arquivos de observatórios e coleções de museus, cujo papel é muitas vezes invisível, esquecido ou relegado para o anonimato por ter sido ofuscado por figuras masculinas ou instituições dominadas por homens.

 

O projeto WISE propõe igualmente estabelecer uma ligação com as práticas contemporâneas de ciência cidadã, refletindo sobre a forma como o reconhecimento das contribuições do passado pode inspirar as futuras gerações de raparigas e mulheres a interessarem-se pela ciência. Assim, será criada uma base de dados acessível, serão desenvolvidos materiais de comunicação e workshops participativos que convidam a uma reflexão crítica sobre questões de inclusão, poder e representação no domínio científico.

 

O WISE promoverá o diálogo entre a história da ciência, os estudos de género e a ciência cidadã, incentivando práticas mais inclusivas e participativas.

 

A apresentação deste poster pretende gerar uma conversa sobre questões de invisibilização e sobre a forma como o passado poderá ajudar a reconfigurar o futuro da ciência cidadã.

 

Nota: o projeto "WISE - Mulheres na Exploração Científica. Contribuições de Mulheres Amadoras para a História Natural e Astronomia em Portugal (1851-1974)," foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia tendo início no dia 1 de julho de 2025.

[A. Poster]

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• DiverSea & Citizen science: Protecting the Sea together
  Tereza Fonseca Sedef Korkmaz Engin Taskaya Inês Cardoso

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DiverSea & Citizen science: Protecting the Sea together

Tereza Fonseca¹ , Sedef Korkmaz² , Engin Taskaya² Inês Cardoso¹

¹Liga para a Proteção da Natureza, LPN

²Mediterranean Conservation Society, AKD

DiverSea is a European-funded project that includes citizen science initiatives aiming to engage coastal communities, schools, sailors and local organizations in monitoring and protecting marine biodiversity across several coastal zones—such as the Norwegian coast, the Atlantic ocean and the Mediterranean Sea. In Portugal, the initiative focuses on the Marine Park Professor Luiz Saldanha, a unique area of ecological and cultural importance.

The project follows the Principles of Citizen Science, combining community participation with scientific validation, supporting training and data collection protocols to ensure reliability and inclusion. Citizens are invited to photograph species, report sightings of marine mammals, seagrass, pollution, volcanoes, marine megafauna, or plankton, contributing to shared knowledge on marine life, functional biodiversity, and ecosystem services. Data-gathering campaigns that include observations of ocean colour and the use of environmental DNA (eDNA) to complement visual surveys and better understand species diversity and ecosystem health.

DiverSea promotes capacity enhancement and stakeholder engagement, strengthening connections between scientists, local communities, and decision-makers. Beyond data collection, the initiative seeks to foster environmental awareness, social cohesion, and a sense of shared responsibility for the ocean. By co-creating knowledge with citizens, DiverSea promotes equity in access to science and gives voice to those who live by and depend on the sea.

Citizen science thus becomes both a scientific and social practice—building trust, empowering communities, and contributing to a more transparent and participatory approach to ocean conservation & to show that Marine Biodiversity & Ecosystems Matter!

 

Note: A bilingual (English–Portuguese) poster will be presented to ensure accessibility and engagement across audiences.

 

Funded by the European Union under the Horizon Europe Programme, Grant Agreement No. 101082004 (DiverSea). Views and opinions expressed are however those of the author(s) only and do not necessarily reflect those of the European Union or European Research Executive Agency (REA). Neither the European Union nor the granting authority can be held responsible for them.

[A. Poster]

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